A Nvidia, atualmente a empresa mais valiosa do mundo, com uma avaliação superior a US$ 4 trilhões, está prestes a divulgar seus resultados nesta quarta-feira, 19. O mercado financeiro está atento, acompanhando de perto os anúncios, que ocorrem após eventos significativos, como a saída da SoftBank e de Peter Thiel da companhia.

A principal questão em debate é se a recente valorização da inteligência artificial (IA) representa uma bolha, e se essa bolha pode estourar. Os investidores esperam que o balanço da Nvidia forneça respostas para essa dúvida.

As estimativas da Visible Alpha apontam para um lucro ajustado de US$ 1,26 por ação e uma receita recorde de US$ 55,4 bilhões, um aumento de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior. Se os resultados não atenderem às expectativas, o impacto pode se estender a outras empresas do setor de IA e, potencialmente, ao mercado como um todo.

A dívida das empresas de tecnologia tem sido impulsionada pela valorização da IA, gerando questionamentos sobre a sustentabilidade dos retornos.

Entre as “Magníficas Sete” (Apple, Amazon, Alphabet, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla), a maioria das ações recuou nos últimos dias, acompanhando a queda do índice Nasdaq Composite. Investidores aguardam que o desempenho da Nvidia possa reverter essa tendência.

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Apesar do otimismo generalizado – 12 dos 13 analistas recomendam compra – há sinais de cautela, com a ação apresentando quedas após a divulgação de resultados positivos nos últimos trimestres. O temor de uma bolha tem sido reforçado por alertas de líderes do setor e pela saída de grandes investidores.

Além da saída da SoftBank e de Peter Thiel, a Intel alertou sobre a possível inflação artificial dos balanços, devido à extensão da vida útil de chips da Nvidia. Para manter seu valor, a Nvidia precisa preservar margens saudáveis, mesmo com a crescente complexidade de seus produtos.

A expectativa é que a margem bruta ajustada caia quase dois pontos percentuais, para 73,6%, enquanto o lucro líquido deve atingir US$ 29,54 bilhões – alta de 53% no ano. A empresa enfrenta desafios logísticos, como a capacidade de empacotamento da TSMC, e dificuldades com exportações para a China.

A demanda por chips da Nvidia permanece elevada, impulsionada por investimentos de gigantes como a Microsoft em data centers para IA. O CEO da Nvidia afirmou que a empresa já possui US$ 500 bilhões em encomendas até 2026. Apesar da desaceleração no crescimento, a empresa continua a investir em áreas como a OpenAI e a Intel, mantendo uma reserva de caixa de US$ 11,6 bilhões.