O jornalista e escritor Leonardo Wexell Severo publica, nesta sexta-feira (12), o livro Guatemala e Palestina sob o jugo genocida de Israel – Uma história silenciada pela mídia hegemônica. O evento de lançamento será às 19h30 na Livraria Drummond, localizada no Conjunto Nacional (Av. Paulista, São Paulo, em frente ao metrô Consolação).
Em entrevista ao Conexão BdF da Rádio Brasil de Fato, Severo ressalta os paralelos entre os conflitos em Guatemala e Palestina, enfatizando a relevância da mobilização social frente à violência e ao apagamento histórico desses eventos.
“Existem dois territórios distintos, porém com a mesma origem na colonização e no imperialismo”, declara Severo. Ele destaca que, entre 1960 e 1996, o conflito armado em Guatemala causou a morte de mais de 200 mil pessoas e o desaparecimento de 45 mil indivíduos, incluindo 5 mil menores de idade.
Após a saída dos Estados Unidos da Guatemala em 1977, “assumem tropas, centenas de assessores sionistas, israelenses. É montada uma fábrica de munição com 30 milhões de cartuchos, há o deslocamento de fuzis Galil e de aviões Arava [transporte militar], há toda uma ação contra a reforma agrária e contra o processo de nacionalização que havia sido iniciado por Jacobo Árbenz [presidente da Guatemala entre 1951 e 1954]”.
Para Severo, a relação entre a Guatemala e a Palestina permanece vigente. “Se atualmente contabilizamos mais de 65 mil mortes palestinos a partir de 17 de outubro de 2023, e mais de 162 mil feridos, incluindo milhares de crianças mutiladas, isso se deve à existência de uma conexão entre o racismo, o sionismo e o imperialismo. Há uma força militar que está dialogando diretamente entre esses dois países”, afirma.
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O autor enfatiza que o livro visa fortalecer a ação política e sindical em face do ocorrido. “É essencial a mobilização porque não é apenas importante que resgatemos a memória e a história para não revivermos os mesmos erros. É importante pensarmos por nós mesmos para avançarmos com nossos próprios meios”. Desta forma, a relevância do lançamento do livro e a necessidade de levar essa discussão aos meios de comunicação, combatendo a leitura imposta pela mídia hegemônica, que manipula, desinforma e ignora, se tornam evidentes.
Ele afirmou que o suporte de organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e a Associação Mulher Palestina (Amira), grupos palestinos e da comunidade judaica, foi essencial.
O repórter de internacional do jornal Hora do Povo ressalta, entre os depoimentos do livro, a declaração de um ex-ministro do governo Nelson Mandela (1994-1999), de origem judaica. “Ele critica que o sionismo é mais prejudicial do que a política do Apartheid teve na África do Sul, pois os bantustãs [territórios criados para concentrar populações negras] não eram alvo de ataques com mísseis, como ocorre atualmente na Palestina”.
Serviço.
Lançamento do livro Guatemala e Palestina sob o genocídio de Israel – Uma história silenciada pela mídia hegemônica.
- 12 de setembro
- 19h30
- Livraria Drummond – Conjunto Nacional (Av. Paulista, São Paulo, em frente ao metrô Consolação)
Para audir e visualizar.
O jornal Conexão BdF vai ser veiculado em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
Fonte por: Brasil de Fato