Nexperia: Transferência de tecnologia para China causa alerta e tensão geopolítica. Ex-CEO alertou sobre riscos anos antes. Zhang Xuezheng sob investigação
O plano de transferência de tecnologia da fabricante de chips Nexperia para a China já estava em curso desde a aquisição da empresa pela chinesa Wingtech, conforme revelado pelo ex-CEO da companhia, Frans Scheper, em entrevista ao New York Times. Scheper afirmou ter comunicado autoridades holandesas sobre os riscos estratégicos associados à operação, anos antes que a situação se transformasse em um impasse geopolítico.
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Zhang Xuezheng, controlador da Wingtech, teria buscado realocar pesquisa e propriedade intelectual da Europa – onde a Nexperia mantém unidades em Nijmegen (Países Baixos), Hamburgo (Alemanha) e Manchester (Reino Unido) – para a China a partir de 2019, quando assumiu o comando da empresa.
Scheper também detalhou sua aposentadoria forçada no início de 2020.
A aquisição da Nexperia foi analisada por autoridades holandesas, mas a implementação de um mecanismo formal de revisão para compras estrangeiras ocorreu apenas em 2023. Apesar dos alertas anteriores, a situação se intensificou em setembro deste ano, com justificativas relacionadas à proteção da indústria e tecnologia local contra riscos à segurança nacional.
A decisão foi influenciada pelo histórico de Zhang Xuezheng, que havia sido condenado em 2005 por roubo de propriedade intelectual na China, e pelo endurecimento das sanções dos Estados Unidos a empresas chinesas como a Wingtech, que é acusada de auxiliar na transferência de tecnologia sensível para o governo chinês.
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A situação da Nexperia permanece em um impasse. Após a intervenção holandesa, a China suspendeu temporariamente as exportações de chips finalizados em território chinês, o que impacta a produção de montadoras na Europa. Até o momento, não há solução para o conflito.
O caso expõe a vulnerabilidade de empresas estratégicas europeias à pressão de investidores estrangeiros, especialmente chineses. Os países europeus enfrentam um dilema complexo: manter o acesso ao mercado chinês ou atender às exigências dos Estados Unidos para evitar a transferência de tecnologias críticas.
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