Netanyahu celebra Marinha israelense após operação na Flotilha de Gaza

Israel detém mais de 400 ativistas após operação em alto mar, transferidos para porto de Ashdod.

02/10/2025 20:33

4 min de leitura

Netanyahu celebra Marinha israelense após operação na Flotilha de Gaza
(Imagem de reprodução da internet).

Israel Intercepta Flotilha Destinada a Gaza e Deporta Ativistas

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou nesta quinta-feira (2) suas forças navais por interceptarem uma flotilha de ajuda destinada a Gaza, e as autoridades do país anunciaram que deportarão centenas de ativistas pró-palestinos que estavam a bordo. A flotilha Global Sumud, que significa “resiliência” em árabe, partiu de Barcelona no fim de agosto com cerca de 45 embarcações e centenas de ativistas de mais de 45 países.

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Resposta Militar e Detenções

A Marinha israelense começou na quarta-feira a interceptar os barcos após adverti-los para não entrarem em águas que, segundo Israel, estão sob seu bloqueio naval a Gaza. “Felicito os soldados e comandantes da Marinha que cumpriram sua missão no Yom Kippur da maneira mais profissional e eficiente”, declarou Netanyahu em comunicado. “Sua importante ação impediu que dezenas de embarcações entrassem na zona de guerra e repeliu uma campanha de deslegitimação contra Israel”, acrescentou.

Um representante israelense informou que mais de 400 ativistas a bordo dos barcos foram detidos e transferidos para o porto de Ashdod, no sul de Israel. “Durante uma operação que durou cerca de 12 horas, o pessoal da Marinha israelense frustrou uma tentativa de incursão em grande escala por parte de centenas de pessoas a bordo de 41 navios, que haviam declarado sua intenção de violar o bloqueio marítimo legal na Faixa de Gaza”, disse.

Reações Internacionais e Condenações

O objetivo da flotilha, segundo seus organizadores, era “abrir um corredor humanitário e pôr fim ao genocídio em curso do povo palestino” em Gaza, onde, segundo a ONU, a população sofre com a fome. O estreito território, além disso, está devastado pela implacável ofensiva de Israel, lançada em retaliação ao ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023.

“Todos os passageiros estão com boa saúde. Não foi exercido nenhum tipo de violência”, declarou o chanceler grego, Giorgos Gerapetritis, segundo a emissora estatal ERT. Os organizadores gregos da flotilha anunciaram que 11 de seus concidadãos estão em greve de fome em protesto por sua “detenção ilegal pelas autoridades israelenses”.

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Participantes e Detenções

Israel anunciou que os ativistas, entre os quais estão a sueca Greta Thunberg e a ex-prefeita de Barcelona Ada Colau, serão deportados para a Europa, mas não especificou para quais países.

Reclamações na Espanha e na América Latina

Os organizadores da Global Sumud denunciaram as interceptações como “um ataque ilegal” ocorrido em águas internacionais. A notícia da interceptação gerou preocupação internacional, sobretudo nos países de origem dos ativistas.

A Turquia qualificou a operação como “ato de terrorismo” e anunciou na quinta-feira a abertura de uma investigação pela prisão de 24 turcos entre os passageiros da flotilha.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, expulsou na quarta-feira a delegação diplomática de Israel em Bogotá após denunciar a detenção de duas compatriotas e exigir sua libertaçã.

No México, a presidente Claudia Sheinbaum pediu a repatriação “imediata” dos seis mexicanos que estavam na flotilha e ressaltou que não cometeram “nenhum delito”.

O Brasil também condenou a interceptação israelense da flotilha, na qual viajavam 15 de seus cidadãos, entre eles a deputada Luizianne Lins e o ativista Thiago Ávila. “Passa a ser responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas”, disse o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Espanha, com cerca de 65 participantes, convocou a encarregada de negócios de Israel em Madri e a Promotoria abriu uma investigação sobre a interceptação, examinando possíveis violações dos direitos humanos que poderiam constituir crimes contra a humanidade. Enquanto isso, o Hamas condenou o ato como um “crime de pirataria” e o qualificou como “terrorismo marítimo”.

Escala e Ameaças

Após sua partida da Espanha, a flotilha fez uma escala de 10 dias na costa da Tunísia, onde os organizadores relataram dois ataques com drones. Também denunciaram que dois de seus barcos foram submetidos a “manobras de intimidação” por parte de Israel.

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Após os ataques com drones, Itália e Espanha enviaram navios militares para escoltar a flotilha, da qual também participou o neto de Nelson Mandela. Mas, na quarta-feira, o governo espanhol pediu que não ingressassem na zona de exclusão declarada por Israel, que se estende a 150 milhas náuticas de Gaza, e advertiu que sua fragata não o faria, assim como também não o fez o navio italiano. Israel já havia bloqueado campanhas semelhantes com flotilhas em junho e julho.

Com informações da AFP

Publicado por Nátaly Tenório

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