Na ONU, relatório acusa Israel de cometer genocídio em Gaza e responsabiliza Netanyahu pelo massacre

Em 2023, o Tribunal Internacional de Justiça e a Anistia Internacional acusaram de genocídio.

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(Imagem de reprodução da internet).

Uma investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) determinou que a guerra de Israel na Faixa de Gaza configura genocídio e atribuiu responsabilidade ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ao ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e ao presidente Isaac Herzog pelo massacre da população palestina.

“Identificamos o presidente, o primeiro-ministro e o ex-ministro da Defesa com base em suas declarações e nas ordens que deram”, afirmou Navi Pillay, presidente da Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU em entrevista à Al Jazeera nesta terça-feira (16). “Como esses três indivíduos eram agentes do Estado, pela lei, o Estado é responsabilizado. Portanto, dizemos que é o Estado de Israel que cometeu genocídio”.

O relatório considerou as declarações de autoridades israelenses e as evidências circunstanciais, que demonstraram a intenção genocida. “A Comissão conclui que as autoridades israelenses e as forças de segurança israelenses têm a intenção genocida de destruir, em totalidade ou em parte, os palestinos na Faixa de Gaza”, indica o documento da ONU.

O documento também aponta que soldados israelenses “mataram intencionalmente” civis com o uso de “munição de amplo impacto”. A Comissão concluiu, portanto, que as autoridades israelenses cometeram o crime contra a humanidade de extermínio na Faixa de Gaza ao matar civis palestinos. Embora o número de vítimas não seja determinante para caracterizar genocídio, a Comissão observa que ele pode ser levado em consideração para estabelecer a intenção genocida.

A ONU continua recomendando que Israel implemente um cessar-fogo duradouro, assegure o acesso sem restrições das agências da ONU a Gaza, interrompa a política de bloqueio, e forneça à comissão o acesso a Israel e aos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, para dar seguimento às investigações.

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Em resposta ao relatório, o Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou as conclusões como “falsas” e afirmou que os autores do relatório estão “a serviço do Hamas”. “O relatório se baseia inteiramente em mentiras do Hamas, repetidas e difundidas por outros”, declarou o ministério em seu perfil no X. “Israel rejeita categoricamente este relatório distorcido e falso e pede a imediata dissolução desta Comissão de Inquérito”, disse.

Israel já havia sido acusado de genocídio em Gaza em outras ocasiões: em 2023, pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, e, em abril deste ano, pela Anistia Internacional, que descreveu a situação como “genocídio transmitido ao vivo” com o objetivo de exterminar palestinos.

Ataque a solo em Gaza

Na mesma data em que a ONU publicou seu relatório, o Exército de Israel lançou, na terça-feira (16), uma operação terrestre em Gaza, cidade com aproximadamente um milhão de habitantes, representando quase metade da população total da cidade. Anteriormente, Israel conduziu bombardeios diários na área durante um mês.

A escalada dos confrontos ocorreu após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizar um plano para exercer o domínio absoluto sobre Gaza. O empreendimento, conforme declarado pelo governo israelense, visa eliminar as armas do grupo político-militar Hamas, resgatar os sequestrados, desarmar o território e estabelecer um poder civil, sem os atuais líderes palestinos.

A agência de notícias internacional Reuters comunicou que aproximadamente 30 edifícios residenciais foram destruídos apenas no domingo (14). Desde a manhã de terça-feira (16), no mínimo 68 palestinos faleceram.

Fonte por: Brasil de Fato

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