MPRJ denuncia 2 policiais do Bope por morte de Herus em ação no Morro do Santo Amaro. Denúncia aponta disparos e omissão. #RioDeJaneiro #Bope #MPRJ
O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) formalizou denúncia contra dois policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope). A acusação se refere à morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 23 anos, ocorrida em 7 de junho, durante uma ação em uma festa junina no Morro do Santo Amaro, Zona Sul do Rio.
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O jovem foi atingido por dois disparos no quadril. A denúncia, apresentada na sexta-feira (5 de dezembro de 2025), aponta o 1º sargento PM Daniel Sousa da Silva como autor dos disparos que ceifaram a vida de Herus. O 1º tenente PM Felippe Carlos de Souza Martins foi denunciado por omissão, devido à decisão de prosseguir com a operação apesar de ter conhecimento da presença de moradores e crianças no local.
O MPRJ alega existir contradição no inquérito conduzido pela Polícia Civil. A Delegacia de Homicídios relatou que Herus “colocou a mão direita no poste”, “fez um movimento brusco”, “a mão estava na cintura” e “portava um celular que refletiu uma luz”.
A Polícia Civil informou que nenhuma arma foi encontrada com Herus Guimarães Mendes da Conceição.
Na visão do Ministério Público, o policial efetuou disparos contra a vítima, mesmo que ela não tenha demonstrado reação ou agressão. O subcoordenador do Gaesp, Paulo Roberto Melo Cunha, considerou que Daniel Sousa da Silva assumiu o risco de matar ao realizar os disparos.
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A denúncia afirma que a movimentação corporal de Herus Guimarães Mendes era compatível com a busca por abrigo e proteção, e não com qualquer ato de agressão ou ameaça.
Daniel Sousa da Silva e Felippe Carlos de Souza Martins foram denunciados por homicídio qualificado. O MP solicitou à Justiça a suspensão dos agentes de seus cargos e a proibição de se ausentarem da cidade ou de se comunicarem com testemunhas e familiares das vítimas.
Em nota, a defesa dos policiais do Bope afirmou que todas as informações da ação estão documentadas em vídeo, laudos e no relatório final da Delegacia de Homicídios, que sugeriu o arquivamento do caso. Segundo o comunicado, Daniel não tinha nenhuma intenção de matar a vítima.
A defesa dos policiais do Bope declarou que Daniel já possuía informações sobre a presença de traficantes no local. Ao chegar à comunidade, os policiais foram atacados pelos criminosos. O sargento não restou outra alternativa senão se defender e proteger sua patrulha.
A defesa do tenente Felippe afirmou que o tenente adotou todas as cautelas necessárias, inclusive entrando pela lateral do local, que se chama ‘escadaria’. O tenente possuía uma missão claramente definida e a conduziu observando todos os protocolos de segurança.
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