Absolvições no Caso Ninho do Urubu: Ministério Público Apresenta Argumentos para Recorrer

Após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que absolveu os sete réus envolvidos na tragédia do Ninho do Urubu, que ceifou a vida de 10 jogadores da base do Flamengo, o Ministério Público informou que apresentará um recurso de apelação ao Tribunal de Justiça. A decisão, proferida nesta terça-feira (21/10) pela 36ª Vara Criminal, não encontrou provas suficientes para condenar os réus por “incêndio culposo qualificado” e “lesão corporal grave”.

Argumentos do Ministério Público

O Ministério Público argumenta que, em suas alegações finais, apresentadas em 106 páginas, demonstrou de forma detalhada, com base em laudos técnicos, documentos oficiais e depoimentos de testemunhas, que a tragédia foi resultado de falhas estruturais e administrativas amplamente conhecidas e ignoradas pelos responsáveis pela gestão do centro de treinamento do Flamengo. A Promotoria destacou que o conjunto de provas evidenciou a existência de alojamentos irregulares, construídos sem autorização e em desacordo com normas de segurança e prevenção de incêndio, com clara previsibilidade do risco.

Lista de Réus Absolvidos

Os réus absolvidos foram: Márcio Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo; Marcelo Maia de Sá, ex-diretor adjunto de patrimônio; Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, engenheiros responsáveis por aspectos técnicos; Claudia Pereira Rodrigues, responsável por contratos da NHJ; e Edson Colman, sócio da empresa que cuidava da manutenção de aparelhos de ar-condicionado.

Repercussão da Decisão

As famílias dos dez jogadores da base do Flamengo que perderam a vida no incêndio do Ninho do Urubu, em 2019, expressaram seu repúdio à decisão da 36ª Vara Criminal. A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) declarou que continuará buscando justiça.

Conclusão

O Ministério Público reafirma a consistência técnica da denúncia e a robustez das provas apresentadas, rejeitando interpretações que minimizem a gravidade dos fatos. A promotoria espera que o Tribunal de Justiça considere os argumentos e reavalie a decisão.

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