Motta declara não sentir ‘traição’ após rejeição da PEC da Blindagem

Arthur Lira afirma que Senado acompanhava de perto as movimentações em relação à proposta.

25/09/2025 20:33

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DF - CÂMARA/PROJETO/ADULTIZAÇÃO/COMISSÃO GERAL - POLÍTICA - O presidente da CÂmara dos Deputados,   Hugo Motta (Republicanos-PB), abre os   trabalhos da comissão geral que discute   a proposição de um projeto de lei em   defesa das crianças e adolescentes, no   plenário da Casa, no Congresso   Nacional, em Brasília (DF), nesta   quarta-feira, 20 de agosto de 2025. Ele   disse que há uma "chance histórica"   nesse encontro.   20/08/2025 - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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Rejeição da PEC das Prerrogativas no Senado

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não há “sentimento de traição” em relação ao Senado após a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Prerrogativas, conhecida como “PEC da Blindagem”. Ele ressaltou o respeito à posição dos senadores, declarações feitas nesta quinta-feira (25) a jornalistas na Câmara.

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De acordo com Motta, o Senado estava ciente das “movimentações” na Câmara em relação à proposta. A semana passada, os deputados deram 354 votos em primeiro turno e 344 votos em segundo turno a favor da PEC. “Nós temos uma boa relação com o presidente do Senado, a quem respeitamos. Sempre quando tratamos de temas polêmicos como esse, o presidente de uma Casa converse com o presidente da outra. Então, o Senado estava, sim, atento às movimentações da Câmara sobre esse tema”, declarou Motta.

O deputado prosseguiu: “O Senado se posicionou, bola para frente. A Câmara cumpriu o seu papel, aprovou a PEC. O Senado entendeu que a PEC não deveria seguir. Nós temos um sistema bicameral, cabe a nós respeitar a posição do Senado”. O parlamentar também negou ter sido traído pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP). “Não tem sentimento de traição nenhum, até porque nós temos a condição de saber que não obrigatoriamente uma Casa tem que concordar 100% com aquilo que a outra aprova”.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou a “PEC da Blindagem” por unanimidade, o que bastou para que a proposta fosse enterrada. A votação ocorreu após os atos de domingo, 21, terem reunido milhares de brasileiros contra a matéria.

PEC da Blindagem

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O texto tinha o objetivo de resgatar o recurso da licença prévia, mecanismo da Constituição derrubado em 2001, que previa o poder dos congressistas de autorizar ou barrar processos judiciais e ordens de prisão contra membros do Parlamento.

No mesmo dia em que a PEC foi rejeitada pela CCJ, Davi Alcolumbre, arquivou o projeto sem submetê-lo a nova votação no plenário do Senado. “Do ponto de vista regimental, quando a CCJ emite um parecer aprovado de forma unânime pela inconstitucionalidade e injuridicidade de qualquer proposição, esta é, regimentalmente, considerada rejeitada e arquivada definitivamente. Portanto, não há o que se esclarecer”, declarou Alcolumbre.

Aprovada anteriormente na Câmara dos Deputados, a “PEC da Blindagem” passou a ser alvo de críticas ao chegar à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, inclusive por parte do presidente do colegiado, senador Otto Alencar, que já havia antecipado que a proposta “não passaria de jeito nenhum”.

Além da resistência no Congresso, milhares de pessoas foram às ruas no último domingo (21) para se manifestar contra a tramitação da PEC e também contra o projeto de lei da anistia, que busca beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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