Novo Método para Vídeos Infantis com IA Alerta Especialistas
A promessa de ganhar dinheiro rapidamente com vídeos infantis criados por inteligência artificial tem atraído atenção no YouTube, envolvendo pais, especialistas e a própria plataforma. Tutoriais online ensinam a usar ferramentas de IA para produzir conteúdos rapidamente, direcionados a bebês e crianças pequenas, explorando uma das audiências que mais cresce no streaming.
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Um exemplo recente é o vídeo da youtuber Monique Hinton, com mais de 1 milhão de seguidores, que apresenta uma “ideia de negócio lucrativa”. O método consiste em utilizar letras de músicas infantis simples e repetitivas, com palavras como “la la” ou “na na”, inserindo-as em um gerador de vídeos de IA e publicando o resultado.
Em poucos minutos, o conteúdo se transforma em animações coloridas com crianças sorrindo, animais dançando e efeitos visuais chamativos, projetado para capturar a atenção de crianças de 1 a 3 anos.
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Potencial de Renda e Restrições
Segundo Hinton, essa técnica permite faturar centenas de dólares por dia. “Você só precisa fazer 5% do trabalho, porque a IA faz o resto”, afirma no tutorial. No entanto, a monetização dessa audiência é um desafio, especialmente desde 2019, quando anúncios segmentados para crianças foram proibidos após um acordo com a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos.
Apesar das restrições, ainda existem fontes de receita, como publicidade limitada, assinaturas do YouTube Premium e anúncios exibidos em vídeos infantis no YouTube tradicional. Essa situação impulsionou uma indústria paralela de produtores e “gurus” que vendem fórmulas para capturar a atenção do público infantil.
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Preocupações com o Desenvolvimento Infantil
A expansão desse tipo de conteúdo tem gerado alertas entre especialistas em desenvolvimento infantil. A Bloomberg destaca que o cérebro humano atinge cerca de 90% do seu desenvolvimento até os 5 anos de idade, tornando essa fase particularmente sensível a estímulos visuais e narrativos.
A Academia Americana de Pediatria recomenda que o uso de telas seja “muito limitado” para crianças menores de 2 anos, devido ao risco de afetar a forma como elas compreendem o mundo. Rachel Franz, educadora e diretora de programas da Fairplay, alerta que o excesso de conteúdo de baixa qualidade gerado por IA pode prejudicar a capacidade das crianças de distinguir o que é real do que não é.
O debate sobre a chamada “basura de IA” – vídeos produzidos em massa, altamente estimulantes e com pouco conteúdo narrativo – ganhou força recentemente, gerando preocupação entre pais como Stephanie Schneider, que reside em Nova York e tem duas crianças.
