Ministra Anielle Franco discorre sobre narrativas negras, afirmando que “tudo tem a ver com o nosso comunicar”

Escola Marielle de Comunicação concluiu o primeiro módulo em parceria com a UFRJ.

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(Imagem de reprodução da internet).

O Instituto Marielle Franco, em parceria com a organização Narra e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), promoveu, na última terça-feira (9), uma aula sobre “Narrativas Negras, Memórias e Construção de Imaginários no Brasil”. O evento, aberto ao público, concluiu o primeiro módulo da Escola Marielle de Comunicação: Narra o Futuro.

A mesa de debate contou com a presença da ministra da Igualdade Racial Anielle Franco; Shirlei Cruz, atriz, apresentadora, produtora e roteirista; e Raull Santiago, ativista e empreendedor do Complexo do Alemão.

“Quando começamos a pensar uma escola de formação política e logo depois vem uma Agenda Marielle Franco, vem uma pesquisa de violência política que também é pioneira no Brasil e cria dados para o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] fazer uma campanha contra a violência política, porque tinha uma vereadora assassinada com 21 tiros no corpo, cinco na cabeça.”, disse Anielle Franco.

A violência política de gênero e raça no espaço digital foi objeto de estudo recente no Instituto Marielle Franco. A pesquisa, que examinou 77 casos documentados de 2021 a 2025, revelou que 87% das vítimas se identificam como negras. Adicionalmente, 63% das ameaças de morte mencionam diretamente o assassinato da vereadora Marielle Franco.

Todas as ações e iniciativas realizadas pelo Instituto, pelo Ministério, pelo Corpo de Mulheres Negras do Audiovisual e em espaços da sociedade civil, têm a ver com a nossa comunicação, destacou a ministra, formada em Jornalismo pela Universidade Central da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

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A Escola Marielle é um curso de extensão do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/UFRJ), destinado à formação de comunicadores locais. Os alunos receberam apoio com transporte e alimentação durante as aulas presenciais.

O evento permitiu também refletir sobre a importância das narrativas afro-brasileiras na luta pela memória e pelo futuro, abrindo perspectivas para o desenvolvimento contínuo. Na segunda fase do programa, os estudantes criarão uma campanha para a Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontecerá em Brasília, em novembro.

Escola Marielle de Comunicação

Inaugurada em julho, a Escola Marielle de Comunicação é um espaço de formação gratuito destinado a jovens comunicadores e comunicadoras políticos das periferias, utilizando uma metodologia prática e teórica.

A iniciativa visa capacitar uma nova geração de profissionais dedicados à transformação social. O curso contempla assuntos como comunicação estratégica, storytelling, redes sociais, audiovisual, fotografia, identidade visual, imprensa, inteligência artificial, captação de recursos e outros temas relevantes.

A Escola Marielle é muito mais que um espaço de formação. É um lugar onde construímos narrativas coletivas e fortalecemos a voz de jovens que querem transformar o mundo. Concluir o primeiro módulo com esta aula poderosa reafirma o legado da minha mãe e nos impulsiona a continuar transformando estruturas.

As atividades desta primeira turma se estendem até o dia 10 de outubro. No módulo prático, os alunos receberão mentorias online com profissionais para elaborarem a campanha de comunicação para a Marcha Nacional das Mulheres Negras.

Fonte por: Brasil de Fato

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