O Ministério dos Transportes formalizou, na terça-feira (25 de novembro de 2025), o contrato de concessão da Ponte Internacional São Borja–Santo Tomé, a principal via rodoviária que conecta o Brasil e a Argentina. A empresa CS Rodovias Mercosul –ligada ao grupo Simpar– assumirá a gestão da travessia após atender a todas as exigências econômicas, jurídicas e financeiras estabelecidas no edital.
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A concessão prevê um investimento de US$ 99 milhões.
Processo Concorrente
O processo de licitação envolveu diversas empresas. Em julho, a empresa Plus Byte apresentou uma oferta de US$ 29 milhões, mas foi desclassificada em agosto devido à não conformidade com os requisitos técnicos e econômicos. Posteriormente, a CS Infra, subsidiária da Simpar e a segunda colocada no certame, foi habilitada.
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Termos da Concessão
A proposta da CS Infra incluiu um ágio de 0,38% sobre a outorga mínima de US$ 26,5 milhões, totalizando US$ 26,6 milhões. O pagamento será realizado em parcelas, com US$ 2,6 milhões na assinatura e o restante distribuído em 24 parcelas anuais. A ponte beneficiará os moradores de São Borja e Santo Tomé, que ficarão isentos de pedágio, e oferecerá descontos aos caminhoneiros, podendo chegar a 97% em algumas cobranças.
Integração Logística
A Ponte Internacional São Borja–Santo Tomé tem origem em um acordo entre Brasília e Buenos Aires em 1989. Ela é considerada um elo estratégico para a integração logística do Cone Sul, conectando a BR-285/RS (Brasil) à Ruta Nacional 14 (Argentina).
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Essa travessia é crucial para o fluxo comercial entre os países.
Segundo dados, o trecho representa 20,1% do fluxo comercial entre o Brasil e a Argentina (27,5% das exportações e 12,6% das importações), além de aproximadamente 40% das transações com o Chile. Atualmente, a estrutura é operada pela empresa, um consórcio formado por empresas da Argentina e da Itália, que administra o ativo desde 1996.
Gestão Integrada e Desafios
O contrato de concessão inclui a gestão de uma área alfandegária integrada, com a atuação conjunta das autoridades brasileiras e argentinas na fiscalização de cargas. Houve três tentativas de licitação. A primeira, em janeiro, foi interrompida por medida cautelar do Tribunal de Contas da União, após questionamentos sobre o edital.
A segunda, em abril, não teve interessados. O Ministério dos Transportes conduziu um projeto com uma comissão conjunta dos dois países para viabilizar a concessão.
