Ministério das Relações Exteriores nega críticas de Rubio e assegura autonomia do Poder Judiciário brasileiro
Secretário americano manifestou-se contra a condenação de Bolsonaro e seus associados.

O Palácio Itamaraty se pronunciou na quinta-feira (11) em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e contestou uma ameaça, anteriormente, feita pelo secretário de Estado do governo dos Estados Unidos, Marco Rubio (foto, à direita). O norte-americano classificou o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) como investigações arbitrárias e indicou a possibilidade de novas restrições contra o Brasil.
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O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência garantida pela Constituição de 1988, os primeiros acusados pela tentativa frustrada de golpe de Estado, assegurando-lhes o amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras responderam ao golpismo, declarou o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em nota publicada nas redes sociais.
Manteremos a defesa da soberania do país contra agressões e tentativas de interferência, independentemente da origem. As ameaças, como a feita hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que ataca a autoridade brasileira e ignora os fatos e as provas apresentadas, não comprometerão a nossa democracia, afirmou o ministério liderado pelo embaixador Mauro Vieira.
Rubio afirmou em suas postagens online que sofre perseguição a Bolsonaro, mencionando diretamente o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF.
As perseguições políticas do agressor de direitos humanos Alexandre de Moraes, que foram sancionadas, seguem em curso, uma vez que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão de maneira apropriada a essa caça às bruxas.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, também se pronunciou sobre a condenação de Bolsonaro. Em resposta a perguntas de jornalistas, Trump declarou-se surpreso com o veredicto do julgamento, relatou a agência de notícias Reuters.
Em julho, os EUA aplicaram contra Alexandre de Moraes sanções previstas na chamada Lei Magnitsky, instrumento legal americano para punir individualmente indivíduos acusados de violações de direitos humanos no exterior. A medida inclui o bloqueio de ativos e empresas dos alvos da sanção nos Estados Unidos. O Brasil também enfrenta sanções comerciais desde agosto, com taxas de 50% sobre uma parcela das exportações brasileiras para o mercado norte-americano.
A condenação recente de um ex-presidente por tentativa de golpe de Estado e pela abolição violenta da democracia gerou impacto na mídia global.
O ex-presidente Bolsonaro deverá cumprir pena de 27 anos e três meses em regime fechado, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal.
Fonte por: Brasil de Fato