Milton Hatoum, escritor amazonense, recebe o título de imortal da Academia Brasileira de Letras

O autor critica as ações de Israel, que, sobretudo nos últimos meses, têm provocado um genocídio na Faixa de Gaza.

14/08/2025 17:33

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Milton Hatoum, escritor amazonense, recebe o título de imortal da Academia Brasileira de Letras
(Imagem de reprodução da internet).

O escritor Milton Hatoum foi escolhido para a Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta quinta-feira (14). Ele assumirá a cadeira número 6, anteriormente ocupada pelo acadêmico e jornalista Cícero Sandroni, que faleceu em junho deste ano.

Nascido de uma família libanesa com raízes brasileiras, o escritor nasceu em Manaus (AM) e obteve diploma em arquitetura pela Universidade de São Paulo (USP). Autor de livros como Relato de um Certo Oriente (1989) e Dois Irmãos (2000), Hatoum lecionou literatura na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e atuou como professor visitante na Universidade da Califórnia e na Sorbonne, em Paris.

O autor de Manaus já obteve três prêmios Jabuti, por Relato de um Certo Oriente (1989), Dois Irmãos (2000) e Cinzas do Norte (2005).

O autor relata que a família Hatoum imigrou para o Brasil no período entre o século XIX e o século XX.

O primeiro imigrante da minha família veio de Beirute, foi meu avô paterno, que eu não conheci. Ele foi para o Acre. Beirute, Recife, Belém, Manaus; ele subiu o rio Amazonas, entrou no Purus e foi até Rio Branco. Isso foi em 1904, relembrou Hatoum em entrevista ao Brasil de Fato no ano passado.

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O autor é um crítico veemente do movimento sionista de Israel, que tem promovido um genocídio na Faixa de Gaza nos últimos meses. “O Ocidente sempre teve a pretensão de ser, digamos, mais culto. Ou [afirmar] que a barbárie está longe deles.”

Acredito que seria extremamente difícil a criação de dois Estados. Retorno a Edward Said [crítico literário palestino]: até 1992, ele defendia essa solução de dois Estados. No entanto, ao visitar Israel e a Palestina, ele identificou centenas de colônias de sionistas, de judeus sionistas, nos territórios palestinos, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Ele compreendeu que essa solução de dois Estados era inviável. Ele propôs que a única alternativa era um único Estado laico e democrático com direitos civis iguais para palestinos e judeus, e também para cristãos que ali residiam.

Fonte por: Brasil de Fato

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