O mercado de criptomoedas reagiu à vitória do partido A Liberdade Avança (LLA) nas eleições legislativas da Argentina. A stablecoin Tether (USDT), amplamente utilizada como referência do preço do dólar americano, apresentou uma queda de mais de 7% em relação ao peso argentino logo após a divulgação dos primeiros resultados das eleições.
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O partido do presidente Javier Milei obteve quase o dobro dos votos em comparação com seu principal adversário, Fuerza Patria, em um pleito com participação eleitoral reduzida. Essa situação gerou uma imediata reação no mercado cripto, que serve como um termômetro da percepção do mercado.
O cripto-dólar USDC também registrou uma queda significativa, de aproximadamente 10%, no mesmo período. As negociações de criptoativos ocorrem 24 horas por dia, e a retomada das operações com o dólar no mercado argentino à vista está prevista para a manhã de segunda-feira, após o fim do fim de semana.
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Impacto em ADRs de Empresas Argentinas
Os resultados das eleições também influenciaram o desempenho de ativos argentinos negociados no after hours das bolsas de Nova York. A maioria dos ADRs (American Depositary Receipts) das empresas argentinas apresentou alta expressiva.
A EDN, empresa de comercialização de energia, liderou as altas, com um aumento de 17,39% por volta das 22h40 (horário de Brasília). Os bancos BBVA e BMA subiram 15,13% e 14,82%, respectivamente. O Grupo Supervielle, holding financeira argentina, avançou 15,16%, enquanto o Grupo Financiero Galicia subiu 13,04%.
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Os ADRs da estatal de óleo e gás argentina YPF registraram um aumento de 12%.
Dúvidas sobre o Controle Cambial
Após a vitória de Milei no Congresso, persistem incertezas sobre a capacidade do governo de manter o controle do câmbio. A taxa de câmbio no mercado à vista está próxima de 1.500 pesos por dólar, e o Banco Central tem destinado milhões de dólares diariamente para sustentar a cotação, em um cenário de baixas reservas e necessidade de pagamento de dívidas.
Inicialmente, o mercado esperava uma desvalorização mais acentuada da moeda caso o resultado das eleições fosse desfavorável. O ministro da Economia, Luis Caputo, mantém a estratégia atual.
Em 2023, Milei adotou um modelo de flutuação cambial dentro de bandas, após abandonar o regime de câmbio fixo utilizado anteriormente. A moeda pode variar de preço de acordo com a demanda do mercado, dentro de uma faixa determinada. O governo também realiza uma desvalorização controlada do peso, com uma taxa de 1% ao mês.
No entanto, a inflação tem ultrapassado 2% ao mês, o que impede que o dólar se valorize na mesma velocidade, gerando uma defasagem que beneficia os detentores de dólares, mas acarreta o risco de uma crise futura, devido à escassez de dólares no país.
O aumento da acessibilidade da moeda estrangeira pode levar ao seu consumo mais rápido, elevando a demanda e esgotando os estoques.