Cidadãos argentinos comparecerão às urnas neste domingo (26) para renovar parte do Congresso, em um contexto de considerável incerteza econômica e política. O resultado da votação é crucial para o presidente Javier Milei, que busca consolidar apoio no parlamento e avançar com suas reformas.
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Desde sua posse, em dezembro de 2023, Milei tem defendido um rigoroso ajuste fiscal e a redução dos gastos públicos.
Impacto das Reformas
Essa estratégia contribuiu para a diminuição da inflação anual, que saltou de 211% para cerca de 31%. No entanto, os preços dos alimentos continuam elevados, e o custo de vida permanece uma grande preocupação para a população. Especialistas apontam que, apesar da desaceleração da inflação, o consumo e o emprego permanecem em baixa, refletindo o caráter recessivo das políticas anti-inflacionárias.
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Tensão Cambial
Outro fator de tensão é o mercado cambial. A busca por proteção financeira levou muitos argentinos a adquirir dólares nos últimos dias, pressionando a moeda. O dólar subiu mais de 50% em um ano, e o temor é que um resultado desfavorável para Milei no pleito eleitoral possa provocar uma nova desvalorização do peso.
Intervenção do Banco Central
O Banco Central chegou a intervir no mercado, vendendo reservas, uma medida que contraria o discurso liberal do governo. A eleição renovará 127 das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados e 24 das 72 vagas do Senado.
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Projeções e Cenários Políticos
Consultorias projetam que Milei poderá ampliar sua bancada, mas dificilmente alcançará a maioria absoluta. O desempenho nas urnas também será um termômetro político. Analistas preveem três cenários: um resultado próximo ou acima de 40% dos votos reforçaria a força do presidente; cerca de 35% seria interpretado como empate; já um desempenho abaixo de 30% sinalizaria uma derrota significativa.
Nos últimos meses, o governo enfrentou crises internas e perda de apoio em algumas províncias, além de desgaste causado por denúncias e disputas políticas locais. Ainda assim, Milei tenta apresentar a eleição como um voto de confiança em seu programa econômico.
