Milei busca apoio no Congresso para aprovar reformas econômicas

Presidente argentino busca governabilidade com minoria para aprovar reformas econômicas. Leia na íntegra no Poder360.

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(Imagem de reprodução da internet).

Eleições Legislativas Argentinas Decisivas para o Governo Milei

As eleições legislativas argentinas, marcadas para o dia 26 de outubro de 2025, representam um momento crucial para o governo do presidente Javier Milei (La Libertad Avanza, direita). Com uma minoria no Congresso, o resultado nas províncias será determinante para o alcance político das reformas propostas e o futuro da gestão.

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A disputa se intensifica em um cenário onde o país permanece dividido sobre as políticas de um governo marcado por uma agenda liberal.

Desde a sua posse em dezembro de 2023, Milei tem enfrentado um Congresso fragmentado e uma sociedade polarizada em relação às reformas implementadas. Sua coalizão governa com menos de 40 assentos na Câmara dos Deputados (257) e apenas 7 no Senado (72), o que o obriga a negociar incessantemente com opositores e partidos provinciais.

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A eleição deste domingo renovará metade das cadeiras da Câmara dos Deputados (127 de 257) e um terço das cadeiras do Senado, tornando-se um termômetro da popularidade presidencial e um teste de sobrevivência política para o libertário.

Alianças e o Poder Legislativo

A dinâmica política argentina é marcada pela complexa teia de alianças. Atualmente, o Congresso é dominado por três grandes blocos: União por la Patria, a coalizão peronista; Propuesta Republicana, de centro-direita; e La Libertad Avanza, o partido de Milei, de orientação direita.

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Nenhum desses blocos possui uma maioria isolada, o que exige que o presidente Milei costure alianças com forças de centro-direita e partidos provinciais, dispostos a negociar benefícios locais em troca de apoio. Governadores da Patagônia e do norte do país já sinalizaram disposição ao diálogo, mas cobram compensações por cortes de repasses federais.

Desafios e Resistência Institucional

Apesar do discurso de enfrentamento às políticas tradicionais, Milei tem enfrentado um Congresso que derruba vetos e impõe limites concretos ao Executivo. Nos últimos meses, o Legislativo anulou decisões presidenciais sobre cortes de financiamento de universidades públicas, benefícios para pessoas com deficiência e assistência médica pediátrica.

Segundo Carlos Eduardo Vidigal, doutor em relações internacionais e professor de História da América na UnB, “a meta de Milei é alcançar ⅓ de parlamentares da Câmara dos Deputados para enfrentar os vetos aos projetos do governo, o que o tem prejudicado nos últimos meses”.

Vidigal avalia que a política de alianças ainda encontra barreiras internas, devido ao personalismo do presidente e ao poder exercido por sua irmã, Karina Milei.

Perspectivas e o Futuro Político

O resultado das eleições deste domingo poderá redefinir o equilíbrio político do governo. Especialistas não consideram a possibilidade de uma derrota esmagadora ou uma vitória incontrastável. O desfecho definirá se Milei conseguirá sustentação mínima no Congresso para levar adiante sua agenda liberal, ou se seguirá enfrentando um Legislativo cada vez mais assertivo e fragmentado, em um país ainda dividido entre reformas radicais e resistência institucional.

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