A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) respondeu, na madrugada desta terça-feira (2), às críticas de seus familiares, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O desentendimento surgiu devido a declarações de Michelle sobre o apoio do Partido Liberal a uma possível candidatura de Ciro Gomes (PSDB) à governadoria do Ceará.

Michelle questionou como poderia conciliar o apoio a um político que, em sua visão, constantemente a insulta, utilizando termos como “ladrão de galinha” e “frouxo”. Ela também levantou dúvidas sobre a conivência com Ciro, considerando-o responsável por uma narrativa que a acusa de “genocida” em relação às mais de 700 mil mortes por COVID-19 durante a gestão Bolsonaro.

Michelle afirmou respeitar a opinião de seus familiares, mas enfatizou que possui visões diferentes e o direito de expressá-las com liberdade e sinceridade. Ela ressaltou que não recebeu confirmação da vontade do ex-presidente em relação ao apoio a Ciro.

A disputa entre os herdeiros políticos do bolsonarismo se intensificou recentemente, durante um evento em Fortaleza (CE). Michelle criticou a articulação do deputado federal André Fernandes (PL-CE), gerando reações dos filhos do ex-presidente, que a acusaram de atropelar as decisões do pai.

O congressista Eduardo Bolsonaro (PL-SP) considerou o episódio “injusto” e “desrespeitoso”, enquanto o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) defendeu a união e o respeito à liderança do pai. A situação gerou tensões dentro do clã Bolsonaro.

Leia também:

Lula mantém restrições em indultos natalinos: Bolsonaro e outros não são beneficiados

MDB avalia indicação de Flávio Bolsonaro para 2026: análise do partido

Hugo Motta lidera debate sobre redução de incentivos fiscais na Câmara

Diante da crise, o Partido Liberal agendou uma reunião de emergência para esta terça (2). A CNN informa que o encontro visa direcionar a responsabilidade para Michelle e fortalecer o senador Flávio Bolsonaro.

A disputa familiar no PL demonstra a fragmentação do bolsonarismo e a busca por influência entre os herdeiros políticos do ex-presidente. A situação exige cautela e diálogo para evitar maiores conflitos internos.