Atraso nas Negociações de Acordo Mercosul-UE
As negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia continuaram a enfrentar atrasos, frustrando as expectativas de conclusão após mais de duas décadas de discussões. A decisão foi tomada durante a cúpula de líderes do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu (PR), com o Paraguai assumindo a presidência do bloco sul-americano.
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A resistência de alguns países membros, incluindo França e Itália, que solicitaram um adiamento na votação no Conselho Europeu, contribuiu para a nova demora.
Obstáculos e Perspectivas
O principal ponto de conflito nas negociações reside no protecionismo comercial, impulsionado pela pressão dos agricultores europeus, que temem que a entrada de produtos sul-americanos no mercado europeu possa prejudicar seus negócios. Apesar da frustração, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu uma mensagem de apoio da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que sinalizou a possibilidade de trabalhar para viabilizar a assinatura do tratado.
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O Mercosul aceitou o novo prazo estabelecido pelos líderes europeus, mantendo a expectativa de concretização do acordo.
Detalhes do Acordo
O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia visa facilitar o comércio de bens, abordando temas como tratamento nacional, taxas de importação e exportação, licenciamento de importação e exportação, tributos sobre exportação, empresas estatais, bens reparados e propriedade intelectual.
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O objetivo é aumentar a competitividade e promover o crescimento econômico de ambos os blocos. O acordo prevê que 92% dos produtos originários do Mercosul e 95% das linhas tarifárias da UE fiquem livres de taxações. Para o Mercosul, a previsão é liberar 91% das importações originárias da UE das cobranças, enquanto a UE eliminará 100% de suas tarifas industriais em até dez anos.
Salvaguardas e Futuro
Ao longo de 2025, ambas as partes debateram internamente a regulação do acordo, com a UE buscando avançar em medidas para proteger seus agricultores e o Mercosul expressando contrariedade às salvaguardas recém-criadas. O futuro do acordo permanece incerto, com o governo brasileiro defendendo que o bloco foque em manter o assunto no radar e revisar pactos já vigentes.
