Acordo Mercosul-UE enfrenta resistência da Europa, com foco na agricultura. Salvaguardas europeias e exigências de Itália e França podem atrasar assinatura.
As negociações entre o Mercosul e a União Europeia enfrentam obstáculos significativos, principalmente devido à forte oposição do setor agrícola europeu. Segundo Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a pressão de grupos de interesse na Europa tem sido intensa, especialmente após manifestações ocorridas no início do ano passado.
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A situação complexa envolve salvaguardas aprovadas recentemente pelo Parlamento Europeu, que são consideradas medidas isoladas e não fazem parte do acordo comercial que está previsto para ser formalizado em 20 de dezembro.
Mori esclareceu que o documento em discussão é, na verdade, uma regulamentação interna da União Europeia, focada em salvaguardas. O texto do acordo Mercosul-UE foi finalizado em dezembro do ano anterior. As novas salvaguardas europeias incluem procedimentos de investigação comercial que, no caso de produtos de carne, podem ser concluídos em um período de dois a quatro meses, além de restrições para produtos que apresentem um aumento superior a 8% em volume de exportação para a União Europeia, durante três anos consecutivos.
Apesar das controvérsias, Sueme Mori destacou que o acordo traria benefícios importantes para o agronegócio brasileiro, principalmente através da redução de tarifas de importação. O Brasil e o Mercosul possuem uma rede comercial limitada, porém o país é o maior exportador líquido de alimentos do mundo.
O setor agrícola brasileiro é altamente competitivo e globalizado, e a abertura comercial seria positiva para o setor, reconhecendo que alguns setores são mais sensíveis às mudanças.
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Mori mencionou que alguns países europeus, como Itália e França, têm feito exigências específicas, incluindo a solicitação de um fundo de compensação para agricultores franceses e uma “cláusula espelho” para impor as mesmas regras de produção aos países do Mercosul.
A diretora expressou a necessidade de entender os motivos para um possível adiamento da assinatura do acordo, questionando se a medida visa reabrir o texto e incorporar novas demandas.
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