Aceleração de Stablecoins e Potenciais Perdas em Mercados Emergentes
Um relatório recente do Standard Chartered aponta para um risco significativo: a rápida adoção de stablecoins, criptomoedas atreladas ao dólar, pode resultar em perdas de até US$ 1 trilhão de capital em países emergentes até 2028. Essa avaliação surge devido ao reposicionamento de capital, facilitado pela exposição ao dólar através dessas criptomoedas.
O banco destaca que o Egito, Paquistão, Colômbia, Bangladesh e Sri Lanka lideram as projeções de perdas. Além desses, países como Turquia, China, Índia, Brasil, África do Sul e Quênia também deverão enfrentar perdas significativas, conforme as estimativas do Standard Chartered.
As stablecoins, com suas reservas que garantem a paridade com o dólar (1 unidade da criptomoeda equivale a US$ 1), estão transformando-se em “contas bancárias em dólar” nos mercados emergentes. Essa dinâmica é impulsionada pela alta proporção de população sem acesso a serviços bancários tradicionais e pelos problemas de desvalorização das moedas locais.
O relatório prevê que o mercado de stablecoins atingirá US$ 2 trilhões até 2028, com US$ 1,22 trilhão em stablecoins desempenhando o papel de proteção de patrimônio para investidores em mercados emergentes até 2028. Atualmente, dois terços da oferta de stablecoins está concentrada nesses países.
A projeção do Standard Chartered sugere uma mudança no comportamento dos investidores, com um aumento no número de carteiras de stablecoins, mesmo que com valores menores. A demanda por uma alternativa aos bancos locais, que seja líquida e disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, é um fator chave nesse cenário.