Mercados em Expectativa: Fed, Projeções Inflacionárias e Agenda Econômica Global

Mercados globais atentos a decisões do Fed e projeções inflacionárias. O mercado aposta em mais uma redução na taxa de juros, com foco em dados nos EUA e Brasil

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(Imagem de reprodução da internet).

Mercados em Expectativa: Foco em Dados e Decisões do Fed

Os mercados globais iniciam o mês de dezembro com uma agenda econômica intensa, marcada por dados importantes nos Estados Unidos e no Brasil. A semana se desenha com a expectativa de decisões do Federal Reserve (Fed) e a análise de projeções inflacionárias.

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A semana passada, o feriado de Ação de Graças e o pregão reduzido diminuíram a liquidez nos mercados, mas a segunda-feira traz os primeiros indicadores relevantes, como os índices de atividade manufatureira (PMI e ISM) nos EUA.

Decisões do Fed e Projeções Inflacionárias

A atenção se volta para um breve discurso em vídeo do presidente do Federal Reserve, que deverá fazer comentários na abertura de um painel sobre política econômica. O mercado aposta em mais uma redução na taxa de juros, e a próxima reunião de política monetária dos EUA está prevista para a próxima semana.

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Além disso, há especulações sobre o nome mais provável a substituir Jerome Powell em seu mandato no ano que vem, com Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, indicando que o presidente Donald Trump deve definir um sucessor ainda em 2024.

Agenda Econômica Brasileira

No Brasil, a agenda também é focada em indicadores. A expectativa maior é para o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Na semana passada, as projeções dos economistas consultados pelo Banco Central voltaram a cair para a inflação no final deste ano, prevendo o IPCA abaixo do teto da meta (4,45%).

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As projeções para os próximos dois anos também foram revisadas para baixo.

Indicadores Setoriais e Análise do Mercado

Na quinta-feira, o IBGE divulgará o Índice de Produção Industrial. O Bradesco BBI projeta alta de 0,3%, embora veja risco de revisões nos dados anteriores, especialmente por causa da agropecuária. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou queda de 0,9% na atividade entre julho e setembro, puxada por recuos na agropecuária, indústria e serviços.

Os indicadores setoriais do IBGE mostram um quadro mais misto: leve alta da produção industrial, varejo praticamente estável e avanço de 0,5% nos serviços. O varejo ampliado, sensível ao crédito, cresceu 1%, impulsionado pelo consignado privado e pelo pagamento de precatórios.

Análise do Mercado Financeiro

Para o analista Leandro Manzoni, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) será determinante para a definição da taxa Selic. Se vier fraco, em linha com o Índice de Confiança da Produção (IBC-Br), aumenta a chance de redução já em janeiro, primeira reunião do Copom de 2026.

Um número mais forte deve para março, especialmente porque o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mantém um discurso mais firme sobre inflação às vésperas da reunião de dezembro, que ocorre antes da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) anual.

A balança comercial de novembro também será divulgada na quinta-feira. O Itaú BBA prevê um superávit de US$ 5,5 bilhões, abaixo do superávit de US$ 6,9 bilhões registrado em novembro de 2024.

Notícias Políticas e Legislativas

Em Brasília, o Senado será um dos principais polos de atenção. A Comissão de Assuntos Econômicos votará na quinta-feira o Projeto de Lei 5473/2025, que agora prevê um aumento gradual de impostos para fintechs e operadoras de apostas, com implementação completa até 2028.

O texto revisado também endurece mecanismos de fiscalização contra plataformas ilegais de jogos de azar. Além disso, eleva o imposto sobre Juros sobre Capital Próprio de 15% para 17,5% e adia para abril de 2026 o prazo para aprovação da distribuição de dividendos sem adicional de 10%.

Na área de segurança pública, o Projeto de Lei Antifacções, aprovado na Câmara, segue para análise dos senadores. Em paralelo, o Congresso continua examinando vetos presidenciais e medidas orçamentárias suplementares, enquanto avançam as articulações políticas em torno do indicado ao Supremo Tribunal Federal, cuja sabatina está marcada para 10 de dezembro.

Agenda nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a agenda também ganha intensidade nos próximos dias. Com atraso na compilação de dados oficiais, por conta do shutdown, o relatório de emprego privado ADP de novembro ganha mais relevância e será divulgado na quarta-feira, junto a produção industrial de setembro nos EUA.

Na quinta-feira (4), serão conhecidos o número de demissões no setor privado dos EUA, medido pela Challenger. Por fim, na sexta, serão publicados os dados do Índice de Preços ao Consumidor de setembro, indicador de inflação preferido do Bureau of Labor Statistics, e a prévia da confiança do consumidor de dezembro, medida pela Universidade de Michigan.

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