Mercado em queda e dólar em alta em razão de resultado eleitoral de Milei na Argentina

Os mercados de ações reagiram nesta segunda-feira (8) com quedas significativas à derrota do partido do presidente argentino, Javier Milei, nas legislat…

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AME8853. BOGOTÁ (COLOMBIA), 16/02/2025.- Fotografía de archivo fechada el 18 de noviembre de 2024 del presidente de Argentina, Javier Milei, participando en la plenaria con jefes de Estado en la cumbre del G20, en el Museo de Arte Moderno, en Río de Janeiro (Brasil). La Oficina Anticorrupción (OA) de Argentina investigará al presidente Javier Milei y a miembros de su gabinete, por pedido del propio jefe de Estado, luego de que promocionará una criptomoneda en sus redes sociales con posibles vínculos a estafas virtuales. EFE/ André Coelho /ARCHIVO

Os mercados de ações registraram nesta segunda-feira (8) quedas significativas com a derrota do partido do presidente argentino, Javier Milei, nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, a mais importante do país, onde os candidatos da oposição peronista obtiveram uma vitória expressiva. O dólar, um componente-chave da economia argentina, também apresentou alta considerável.

O partido A Liberdade Avança, liderado pelo proeminente ultraliberal, alcançou 33% dos votos, quase 14 pontos atrás do peronismo consolidado na Força Patriota, que obteve a vitória com 47%. O resultado negativo provocou uma queda acentuada em algumas ações argentinas em Wall Street, com perdas de 15% em determinados casos, enquanto a Bolsa de Buenos Aires fechou com uma queda de 13%.

No mercado cambial, o dólar avançou e atingiu o nível superior da banda de variação, fechando em 1,425 pesos no Banco Nación, com alta de 3,26% em relação ao encerramento de sexta-feira. O governo já precisou intervir no mercado cambial com recursos do Tesouro para limitar a desvalorização do peso, que se intensificou em meio a um escândalo sobre supostos casos de corrupção envolvendo a irmã e principal assessora do presidente, Karina Milei.

O presidente, que governa com minoria no Congresso, enfrentará eleições legislativas nacionais de meio de mandato no dia 26 de outubro. As eleições legislativas de domingo na província de Buenos Aires, governada por Axel Kicillof e que representa quase 40% do eleitorado nacional, eram vistas como um teste crucial a caminho das eleições de outubro. A província é considerada um reduto do peronismo (oposição).

O fim do encanto

O controle da inflação, que ficou em 17,3% em sete meses em relação a 87% no mesmo período de 2024, é uma das principais realizações do governo de Milei, que assumiu em dezembro de 2023 com um plano de austeridade baseado em cortes significativos nos gastos públicos e na emissão de moeda.

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De acordo com o analista político Raúl Timerman, os argentinos precisam agora observar os resultados do ajuste em seu dia a dia. “A inflação já se controlou, mas quando minha renda começará a melhorar? Quando haverá mais oportunidades de trabalho? Quando empresas serão abertas? Já passou o efeito da estabilidade macroeconômica”, declarou à AFP.

Ademais, o governo enfrenta seu momento político mais crítico em razão de denúncias de corrupção envolvendo o presidente.

Gravações do ex-chefe da Agência Nacional de Deficiência, Diego Spagnuolo, afastado após o escândalo que surgiu em meados de agosto, indicam que Karina Milei recebeu propinas de 3% dos valores pagos em medicamentos.

Timerman ressaltou que Milei perdeu devido a dois pontos centrais como candidato à presidência: a estabilidade macroeconômica e o combate à casta política corrupta. O analista, contudo, observou que o segundo argumento “desmoronou”.

Agora surge o Milei que diminuiu a atividade econômica e que defende sua irmã acusada de corrupção, prosseguiu. “Acabou o encanto”. O Congresso, por sua vez, reverteu na semana passada pela primeira vez um veto presidencial a uma lei que concedia mais recursos de assistência às pessoas com deficiência.

Clara vence.

Na noite de domingo, Milei reiterou o caminho econômico de seu governo, que incluiu cortes significativos nos orçamentos da saúde, educação, auxílios para pessoas com deficiência e aposentadorias, entre outros setores vulneráveis, visando o equilíbrio fiscal.

“Não cederemos em nenhum aspecto da política do governo. O curso não apenas está confirmado, mas também será aprofundado e acelerado”, declarou, reconhecendo sua “clara derrota”.

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, que visitou Buenos Aires no âmbito de uma cúpula sobre segurança, declarou no X que se reuniu com Milei nesta segunda-feira. “Estamos comprometidos a continuar apoiando o país”, escreveu.

O assessor do presidente Guillermo Francos declarou que “é preciso realizar autocríticas, examinar onde houve falhas e entender por que os resultados macroeconômicos não atingem a população”.

Acreditamos que a estabilidade financeira é a principal sustentação do desenvolvimento econômico, ainda que a mudança da macroeconomia para a microeconomia seja fundamental para uma população que busca resultados tangíveis.

Fonte por: Jovem Pan

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