Meg operação Contenção no Rio de Janeiro: Operação Letal e Impacto na Zona Norte

A operação policial Contenção, em curso nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, é considerada a mais letal da história do estado, segundo o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF).

A ação, que segue em andamento até o momento da publicação desta reportagem, mobiliza aproximadamente 2.500 agentes e visa cumprir centenas de mandados de prisão e de busca e apreensão.

A operação Contenção representa a ocorrência com maior número de mortes registrada no estado, superando a operação em Jacarezinho, em 2021, que resultou em 27 vítimas, e a operação na Vila Cruzeiro, em 2022, que ceifou a vida de 24 pessoas.

As três ações de maior letalidade ocorreram durante o período de gestão do governo atual.

Segundo dados do Geni/UFF, as cinco operações policiais com maior número de mortes no Rio de Janeiro são: Penha e Alemão (2025: 64 mortes); Jacarezinho (2024: 28); Vila Cruzeiro (2022: 23); Alemão (2007: 19); Alemão (2022: 17). Até o fechamento desta reportagem, a operação Contenção já havia registrado 60 suspeitos presos e 4 policiais mortos, além de outros agentes feridos, incluindo um delegado em estado grave.

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Além das vítimas diretamente envolvidas nos confrontos, a operação também causou ferimentos a civis. A Organização Não Governamental (ONG) Voz das Comunidades relata que três pessoas, sem relação direta com os tiroteios, foram atingidas por disparos.

Um homem em situação de rua foi baleado na região das costas e encaminhado ao Hospital Getúlio Vargas. Uma mulher que se encontrava em uma academia recebeu atendimento e foi liberada. Um terceiro indivíduo, que trabalhava em um ferro-velho, também foi vítima dos disparos.

Durante a operação, foram apreendidas 81 pessoas e 72 fuzis, uma pistola, 9 motos e aproximadamente 200 kg de drogas. Em decorrência da meg operação no Alemão e na Maré, o Centro de Operações da Prefeitura declarou que a cidade está em estágio 2 de alerta, caracterizado por “ocorrência com elevado potencial de agravamento”, que se estende até o estágio 5 na escala de alerta.

Como resultado da operação, vias próximas aos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, São Francisco Xavier, Freguesia e Taquara foram interditadas. O governo do Rio de Janeiro classificou a operação como “combate ao narcoterrorismo”, informando que foi deflagrada após mais de um ano de investigação e 60 dias de planejamento.

A ação conta com o apoio do Ministério Público Estadual e cumpre as medidas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 635, incluindo o uso de câmeras operacionais corporais e apoio de ambulâncias na região.