Análise de Mathias Tessmann aponta causas e soluções para altas taxas de juros em países emergentes. Estudo propõe reformas na dívida e incentivo à poupança
Uma análise detalhada das altas taxas de juros em países emergentes foi conduzida por Mathias Tessmann. A pesquisa explora as causas complexas, propondo estratégias que envolvem reformas na gestão da dívida pública, ações para mitigar riscos e o incentivo à poupança interna.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O estudo aponta para a necessidade de uma abordagem multifacetada para solucionar o problema.
Segundo Tessmann, uma das principais causas para a manutenção dos juros em patamares elevados reside na estrutura da dívida pública. As Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), indexadas à taxa Selic, estabelecem uma ligação direta entre a política monetária e a dívida, elevando o custo fiscal.
Adicionalmente, a rigidez das metas de inflação e a existência de incertezas fiscais, como a alta inadimplência e a falta de concorrência no sistema financeiro, contribuem para o encarecimento do crédito.
O documento destaca que juros altos têm efeitos significativos. Eles promovem a valorização real da moeda, o que pode levar à perda de competitividade internacional e, em casos extremos, à desindustrialização prematura. Além disso, encarecem financiamentos, impactando negativamente setores como a construção civil e a economia urbana.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Para uma redução duradoura das taxas de juros, o estudo propõe uma abordagem coordenada entre políticas macroeconômicas, fiscais e monetárias. Uma das medidas sugeridas é a extinção das LFTs, substituindo-as por títulos prefixados ou indexados a índices de preços, como o IPCA ou IGP-M, criando benchmarks de longo prazo.
A resolução do problema exige um conjunto coordenado de ações, e não medidas isoladas, visando alcançar o equilíbrio fiscal e a credibilidade institucional. As ações propostas incluem tornar o regime de metas de inflação mais flexível, incorporando medidas como a inflação núcleo e horizontes de metas mais amplos; reformar a composição da dívida pública, diminuindo a dependência de títulos atrelados à Selic e ampliando o uso de papéis prefixados ou indexados à inflação; reduzir incertezas fiscais e jurídicas, fortalecendo a confiança e diminuindo o prêmio de risco exigido pelo mercado; e estimular a poupança doméstica, gerando mais recursos internos para financiamento de longo prazo de investimentos.
Além disso, a pesquisa sugere aumentar a concorrência no sistema financeiro, fortalecendo fintechs e reduzindo o spread bancário.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!