Marmitas lideram poluição por microplástico nas praias do Rio de Janeiro

Pesquisa da UFRJ aponta presença de microplásticos nos oceanos, com 70% composto por isopor.

03/10/2025 3:58

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Marmitas lideram poluição por microplástico nas praias do Rio de Janeiro
(Imagem de reprodução da internet).

Microplásticos em Praias do Rio de Janeiro: Marmitas como Principal Fonte

Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicada nos Anais da Academia Brasileira de Ciências nesta sexta-feira (3), revelou que os resíduos plásticos de “marmitas” são a principal causa de poluição por microplástico nas praias do Rio de Janeiro. O estudo aborda a problemática da Praia Vermelha, um local conhecido da cidade que enfrenta o descarte inadequado de plásticos.

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Resultados da Pesquisa

As amostras coletadas na Praia Vermelha identificaram 32 itens microplásticos, com 70% deles compostos por poliestireno expandido, popularmente conhecido como isopor. Esse material é frequentemente encontrado em embalagens descartáveis de alimentos. Os diâmetros médios das amostras variaram entre 2,1 e 4 milímetros, apresentando formatos diversos como espuma, filamentos e pequenos grânulos.

Outros Materiais Encontrados

Além do isopor, que representa 70% da amostra, foram identificados cerca de 18% de polietileno e 12% de polipropileno. Esses materiais são comuns em sacolas plásticas, filmes plásticos, copos descartáveis e tampas de garrafas. A pesquisa representa um avanço na identificação e quantificação da poluição por microplásticos em ambientes costeiros.

Declarações da Pesquisadora

A pesquisadora Marina Sacramento da UFRJ, uma das autoras do artigo, expressou a surpresa com a quantidade expressiva de poliestireno, destacando a origem das “quentinhas” de alimentação, especialmente durante os grandes feriados brasileiros. Ela ressaltou a importância do estudo para entender a origem da poluição e propor soluções.

Desafios no Reaproveitamento do Isopor

O isopor é reciclável, mas seu reaproveitamento enfrenta desafios como o descarte incorreto e o baixo valor de mercado do material, o que inviabiliza ganhos financeiros para catadores e cooperativas. A pesquisa contribui para a discussão sobre a necessidade de políticas públicas que incentivem a reciclagem e o descarte correto de plásticos.

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Protocolo de Pesquisa

A pesquisa estabeleceu e validou um protocolo padronizado para a coleta, tratamento e caracterização de microplásticos em areias de praias costeiras. A metodologia envolveu amostragem sistemática na linha de maré alta, flotação e tratamento laboratorial com microscopia óptica e Espectroscopia de infravermelho. O protocolo foi adaptado às condições brasileiras, considerando fatores como clima, velocidade do vento e marés, além de aspectos relacionados à latitude e longitude dos locais de coleta.

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