Marcas perdem foco e ignoram a essência humana na busca por dados, revelando uma preocupação excessiva.
A promessa era simples: mais dados, mais acerto. No entanto, o marketing, ao contrário da química ou da física, não opera em laboratório. É construído sobre a base da interação humana, do humor, do contexto e, inevitavelmente, da sorte.
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Mesmo com a aplicação de engenharia de dados, algoritmos, Inteligência Artificial e ferramentas de rastreamento, persistem áreas de incerteza, especialmente no ambiente offline, onde o impacto de uma ação pode levar semanas para se manifestar, interagir com outros fatores e, surpreendentemente, ressurgir quando ninguém mais o esperava.
A principal questão que se apresenta no marketing contemporâneo é a dificuldade em entender o porquê o sucesso ou o fracasso de uma campanha. A grande quantidade de dados disponíveis não traduzem necessariamente em conhecimento sobre as motivações e os sentimentos dos consumidores.
A busca por métricas e indicadores de desempenho, como testes de incremento e modelos de media mix, não resolvem o problema central: a falta de compreensão do impacto emocional das mensagens e da conexão que uma marca estabelece com seu público.
Campanhas memoráveis compartilham uma característica fundamental: elas se tornam parte da vida das pessoas, e não apenas parte do funil de marketing. Elas despertam emoções antes de gerar gatilhos e conversas, e utilizam dados como uma bússola, não como um mapa.
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O retorno sobre o investimento (ROI) mais valioso é aquele que gera relevância, fazendo com que o consumidor diga “UAU, essa marca é diferente” antes mesmo de realizar qualquer ação.
A obsessão por viralização e “hacks” de engajamento está saturada. O diferencial hoje é a conexão autêntica, que se constrói ao quebrar o gelo com quem importa, compartilhando histórias verdadeiras e arriscando.
É fundamental que as marcas reconheçam que consumidores são pessoas, e não apenas dados. Pessoas compartilham histórias, não planilhas. A humildade diante do intangível é essencial para o futuro do marketing.
O futuro do marketing não será definido pela onisciência dos dados, mas sim pela capacidade de compreender e conectar-se com o intangível: o sentimento de confiança que precede qualquer decisão. Marcas que reconhecem a importância da conexão humana e da autenticidade são aquelas que realmente inspiram lealdade e transformação.
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