Ministra Marina Silva alerta sobre a urgência de transformar o modelo de desenvolvimento, com cidades na linha de frente contra as mudanças climáticas. Evento no Rio de Janeiro reuniu C40 e preparou terreno para negociações em Belém
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, sintetizou um recado urgente: é preciso transformar, sobretudo o modelo de desenvolvimento. A declaração, proferida no encerramento de um evento no Rio de Janeiro, destacou a importância de converter ideias em implementação, com as cidades na linha de frente.
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O Fórum, promovido pela Bloomberg Philanthropies, também incluiu a Cúpula Mundial de Prefeitos do C40 e culminou na Cúpula de Ação Climática, preparando o terreno para as negociações em Belém e buscando uma agenda ambiciosa e colaborativa.
O evento no Rio de Janeiro revelou desafios significativos. Muitos líderes locais não compareceram a Belém, devido a altos custos de hospedagem e falta de clareza sobre seus papéis. Um prefeito brasileiro expressou preocupação com a escassez de recursos municipais, questionando como financiar a participação em eventos como esse.
No entanto, uma visão unificada emergiu: a presença no Rio era crucial para compartilhar soluções verdes em nível local e buscar financiamento, um dos principais obstáculos para que as cidades implementem ações de mitigação e adaptação climática.
A ausência de autoridades brasileiras, como o embaixador e presidente da COP30, André Correa do Lago, e a CEO executiva da COP, Ana Toni, gerou atenção. Enquanto isso, a presença marcante de representantes americanos, liderados por Gina McCarthy, ex-assessora climática da Casa Branca, demonstrou o compromisso com a ação climática, mesmo diante das políticas governamentais anti-clima.
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A Bloomberg Philanthropies, com sua sede em Nova York, desempenhou um papel fundamental, apoiando a rede de governança local e resistindo às políticas federais.
O Fórum no Rio de Janeiro também lançou um relatório que demonstrou a redução de 24% nas emissões nos Estados Unidos. Gina McCarthy expressou otimismo em relação às oportunidades no Brasil, apesar da falta de representantes do governo federal no Rio.
A ministra Marina Silva ressaltou que o Brasil já tem a maior parte das respostas técnicas para a crise climática, e o que se precisa é do compromisso ético para transformá-las em capacidade de ação. A redução do desmatamento na Amazônia, alcançada com o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento, é um exemplo notável, evitando o lançamento de 5 bilhões de toneladas de CO2.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, destacou a necessidade de transformar a poesia em verbo, ou seja, de traduzir promessas em ações concretas. Ele enfatizou a importância do financiamento, estimado em 1,3 trilhão de dólares anuais, e da colaboração entre níveis de governo, exemplificada pelo Pacto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A participação dos povos indígenas, especialmente na capital da floresta, Belém, também foi um ponto central, com o prefeito Igor Normando cobrando a comunidade internacional sobre o financiamento para projetos que garantam acesso a saneamento básico, saúde e desenvolvimento.
Com a COP30 se aproximando, os olhos se voltam para Belém, onde a cúpula de líderes terá “poder de decisão” nas negociações que colocam em xeque o futuro do planeta. A mensagem final do Rio de Janeiro é clara: driblar o desafio do financiamento climático para as cidades é fundamental.
A colaboração entre níveis de governo, a participação da comunidade internacional e o compromisso ético são os pilares para transformar promessas em ações concretas e garantir um futuro sustentável.
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