Ministra Marina Silva anuncia investimento de 1 bilhão de euros da Alemanha no Fundo TFFF em Belém, na COP30. Críticas de Merz geram repercussão.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou nesta quarta-feira (19) um investimento de 1 bilhão de euros da Alemanha no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). O anúncio foi feito durante um pronunciamento em Belém, na sede da COP30. A informação surge em um contexto de tensões, após críticas do chanceler alemão, Merz, ao evento.
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O chanceler alemão, em uma fala direcionada a empresários do setor varejista, utilizou uma viagem recente à capital paraense como exemplo. Ele questionou jornalistas presentes no Brasil na semana anterior, perguntando quem gostaria de permanecer na região.
Ninguém levantou a mão, segundo ele.
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) foi idealizado pelo governo brasileiro para mobilizar recursos internacionais na preservação das florestas tropicais. Apresentado na COP28 em 2023 pelo diplomata André Corrêa do Lago, atual presidente da COP30, é uma das principais bandeiras do governo (PT) na busca por financiamento climático.
O presidente Lula reforçou o apelo para que outros países contribuam com o fundo, destacando a importância da preservação das florestas no combate às mudanças climáticas. O Brasil já conta com o apoio de 53 nações, embora inicialmente apenas quatro países – além do Brasil – tenham investido.
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O fundo visa arrecadar investimentos para projetos de conservação. Se a meta de US$ 125 bilhões for atingida, o TFFF se tornará o maior fundo de conservação já criado. O capital será proveniente de governos, empresas e fundações, com US$ 25 bilhões vindos de países parceiros, como Brasil, Noruega, Alemanha, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos e China, além de grandes fundações internacionais.
O Brasil anunciou um investimento de US$ 1 bilhão, a Noruega aportou US$ 3 bilhões, e a Alemanha deve se posicionar na sexta-feira (7). O Reino Unido, apesar de parte da criação do TFFF, informou que não investirá. O Banco Mundial será responsável pela gestão dos recursos, enquanto o TFFF cuidará do acompanhamento e da distribuição dos pagamentos.
O capital conquistado será reinvestido em projetos com maior taxa de retorno, e a diferença entre o que é pago aos investidores e o que é obtido nessas aplicações (o chamado spread) será destinada a remunerar financeiramente países que preservam suas florestas tropicais, de forma proporcional à área conservada.
O fundo propõe que países com grandes áreas de floresta tropical, como Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, sejam remunerados pela conservação dos biomas.
Para receber o dinheiro, cada país precisará demonstrar, com base em monitoramento por satélite, que o desmatamento ficou abaixo de 0,5% ao ano.
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