Economista Marcello Estevão alerta sobre riscos de sanções e tarifas globais. O economista-chefe do IIF destaca que uso excessivo pode gerar instabilidade
O economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Marcello Estevão, alertou sobre os potenciais riscos associados ao uso frequente de sanções e tarifas como ferramentas de política econômica e diplomática. Em uma entrevista ao programa ‘WW Especial’ da CNN, Estevão argumentou que, embora essas medidas possam apresentar sucesso em situações específicas, seu emprego excessivo e contínuo pode ser prejudicial à ordem global.
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Estevão enfatizou que as sanções e tarifas só podem ser eficazes quando há objetivos bem definidos e um amplo apoio de diversos países. Além disso, é crucial a existência de um sistema robusto de monitoramento e aplicação das medidas para garantir sua efetividade.
O economista destacou que o uso constante e abrangente de sanções e tarifas tende a gerar consequências negativas, como o fortalecimento de rotas comerciais alternativas, o deslocamento de fluxos financeiros para acordos menos transparentes, a criação de custos adicionais para os aliados e, principalmente, a erosão da confiança na posição dos Estados Unidos no cenário econômico e financeiro internacional.
Estevão mencionou a existência de “válvulas de escape” que comprometem a eficácia das sanções, citando o caso da Rússia, que utiliza mecanismos como as “embarcações sombras” para contornar as restrições. Ele ressaltou que a presença dessas vulnerabilidades diminui a produtividade das sanções, já que o sistema internacional possui mecanismos estabelecidos para lidar com relações econômicas e diplomáticas.
Estevão concluiu que o uso unilateral de sanções e tarifas subverte o sistema internacional colaborativo que se desenvolveu após a Segunda Guerra Mundial. Ele argumentou que a decisão de um país de impor restrições sem o apoio de outros atores pode ser contraproducente, tanto para o país que as implementa quanto para a estabilidade do sistema internacional.
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O economista enfatizou a importância de uma abordagem colaborativa e coordenada para lidar com questões econômicas e diplomáticas, em vez de soluções unilaterais que podem gerar instabilidade e desconfiança.
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