Manifestantes em ação contra operação policial no Rio. Atos em SP, Brasília e Maranhão criticam “Contenção”. Reivindicações por justiça e reparação são feitas
Em atos realizados no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Maranhão, manifestantes protestaram nesta sexta-feira (31.out.2025) contra a operação policial realizada na capital fluminense nesta semana, denominada “Contenção”. A ação, considerada um “genocídio” por alguns manifestantes, gerou forte reação em diversas cidades brasileiras.
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No Rio, moradores dos complexos da Penha e do Alemão e de outras favelas do Rio de Janeiro realizaram uma caminhada de repúdio.
Em São Paulo, o movimento negro reivindicou a federalização da investigação da ação policial, além da criminalização do governador Cláudio Castro e dos policiais militares. Douglas Belchior, da Coalizão Negra por Direitos, e da Uneafro Brasil, declarou a necessidade de “políticas de acolhimento e acesso à justiça para as famílias vítimas da violência” e de “reparação aos moradores por danos morais e psicológicos”.
A manifestação teve início em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP) e seguiu em passeata pela Avenida Paulista, com a participação de entidades como o Movimento Negro Unificado (MNU), a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, a União de Negras e Negros pela Igualdade, sindicatos e movimentos populares.
Zezé Menezes, fundadora da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, criticou a violência como “um brutal atentado contra a vida do povo preto e favelado”, enfatizando a importância do “combate com os cérebros e com a força dos movimentos sociais”.
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Em São Luís, os movimentos sociais se reuniram na Praça Deodoro, no centro, com cartazes, faixas e bandeiras criticando a violência policial. O estudante Alex Silva, 18 anos, classificou a ação policial no Rio de Janeiro como “necropolítica”, que “segrega as populações pobres e periféricas de cor preta”.
Claudicéia Durans, integrante do movimento Quilombo Classe e Raça, 54 anos, criticou a normalização de operações em comunidades pobres e a ausência de políticas públicas. Saulo Arcângelo, 54 anos, do movimento Conlutas, criticou a falta de investimentos em educação, cultura, geração de renda e cidadania.
Na capital federal, o ato foi realizado próximo à Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes defenderam uma investigação independente da operação “Contenção”. Maria das Neves, integrante do Conselho Nacional de Direitos Humanos, classificou a ação como “um brutal atentado contra a vida do povo preto e favelado”, e pediu ao STF para que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, prestasse informações sobre a operação.
O conselho também solicitou uma perícia independente.
De acordo com dados da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro, a operação resultou em 113 presos, sendo 33 de outros Estados; 10 adolescentes presos; 180 mandados de busca e apreensão; cerca de 100 mandados de prisão cumpridos; 54 presos com anotações criminais anteriores; 117 mortos (chamados de “narcoterroristas neutralizados”); 99 identificados até o momento; 42 com mandados de prisão pendentes; 78 com histórico de crimes graves, como homicídio, tráfico e roubo.
Cerca de 40% dos 113 presos não são do Rio de Janeiro, incluindo suspeitos de 8 Estados: Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo. O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, detalhou que entre os mortos estavam chefes do tráfico de diferentes Estados.
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