Cerca de 900 indivíduos foram presos em Londres durante um protesto realizado neste fim de semana em apoio ao grupo Palestine Action, que permanece ilegal desde o mês de julho, conforme comunicou a Polícia neste domingo (7).
A Metropolitana de Londres (MET) relatou que 857 pessoas foram detidas em razão de demonstrações de apoio à organização proscrita, ocorridas no sábado.
Adicionalmente, 33 indivíduos foram presos por atacar policiais e outros delitos contra a ordem pública.
Aproximadamente 1.500 pessoas participaram do protesto em frente ao Parlamento britânico, exibindo cartazes que diziam “Sou contra o genocídio. Apoio Palestine Action”.
O governo britânico proibiu o grupo Palestine Action, em razão da lei antiterrorista de 2000, após diversos de seus integrantes invadirem uma instalação da Força Aérea Britânica e causarem prejuízos estimados em 7 milhões de libras (aproximadamente R$ 54 milhões, à taxa atual). A decisão governamental recebeu críticas, incluindo da ONU, que a avalia como desproporcional e que representa uma ameaça à liberdade de expressão.
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O governo trabalhista sustenta que continua sendo possível participar de marchas em apoio aos palestinos e a organização Defend Our Juries tem promovido desde então manifestações contra a proibição. A polícia de Londres alertou, na sexta-feira, que não hesitava em prender aqueles que expressassem explicitamente apoio ao Palestine Action.
A subcomissária adjunta da Polícia, Claire Smart, declarou, em comunicado, que “temos o dever de assegurar o cumprimento da lei sem receio, nem tendências, e que, se as pessoas anunciam a intenção de praticar um crime, não dispomos de outro recurso senão responder em consequência”.
Não somos terroristas.
A Smart declarou que os manifestantes enfrentaram abusos “inaceitáveis”, incluindo socos, chutes e cuspidas. Houve confrontos entre a polícia e os manifestantes que buscavam impedir as prisões. Diversos dos detidos em apoio ao Palestine Action eram idosos.
Não somos terroristas. Devemos reconhecer que o Palestine Action tem o direito de existir. A proibição deve ser revogada, declarou Polly Smith, uma aposentada de 74 anos.
Nigel, de 62 anos, diretor-geral de uma empresa de reciclagem que preferiu não revelar seu sobrenome, declarou que a proibição imposta pelo governo em julho é “algo muito errado”.
O governo (…) deveria utilizar o tempo para tentar interromper o genocídio [em Gaza] em vez de tentar conter protestos, declarou à AFP antes de ser detido, enquanto outros manifestantes gritavam “Vergonha!” para a polícia.
A exclusão deste grupo, que era quase inexistente, aumentou o respaldo à organização. Antes da ocorrência de sábado, mais de 800 indivíduos foram presos entre julho e 138 pessoas foram acusadas de apoio ou incitação a uma “organização terrorista” no contexto destes protestos.
A maioria pode receber pena de seis meses de prisão, contudo, os que forem considerados organizadores dos protestos podem ser condenados a até 14 anos de reclusão. Outra manifestação a favor da causa palestina reuniu, no sábado, milhares de pessoas nas ruas de Londres.
A partir do início do genocídio em Gaza em 7 de outubro de 2023, ocorrem manifestações regulares em apoio aos palestinos no Reino Unido.
Fonte por: Brasil de Fato