Manifestação em apoio a grupo a favor da causa palestina ilegalizada resulta em quase 900 prisões em Londres

A ONU manifestou críticas sobre a classificação considerada desigual atribuída ao grupo após os eventos relacionados ao genocídio.

07/09/2025 15:27

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Manifestação em apoio a grupo a favor da causa palestina ilegalizada resulta em quase 900 prisões em Londres
(Imagem de reprodução da internet).

Cerca de 900 indivíduos foram presos em Londres durante um protesto realizado neste fim de semana em apoio ao grupo Palestine Action, que permanece ilegal desde o mês de julho, conforme comunicou a Polícia neste domingo (7).

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A Metropolitana de Londres (MET) relatou que 857 pessoas foram detidas em razão de demonstrações de apoio à organização proscrita, ocorridas no sábado.

Adicionalmente, 33 indivíduos foram presos por atacar policiais e outros delitos contra a ordem pública.

Aproximadamente 1.500 pessoas participaram do protesto em frente ao Parlamento britânico, exibindo cartazes que diziam “Sou contra o genocídio. Apoio Palestine Action”.

O governo britânico proibiu o grupo Palestine Action, em razão da lei antiterrorista de 2000, após diversos de seus integrantes invadirem uma instalação da Força Aérea Britânica e causarem prejuízos estimados em 7 milhões de libras (aproximadamente R$ 54 milhões, à taxa atual). A decisão governamental recebeu críticas, incluindo da ONU, que a avalia como desproporcional e que representa uma ameaça à liberdade de expressão.

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O governo trabalhista sustenta que continua sendo possível participar de marchas em apoio aos palestinos e a organização Defend Our Juries tem promovido desde então manifestações contra a proibição. A polícia de Londres alertou, na sexta-feira, que não hesitava em prender aqueles que expressassem explicitamente apoio ao Palestine Action.

A subcomissária adjunta da Polícia, Claire Smart, declarou, em comunicado, que “temos o dever de assegurar o cumprimento da lei sem receio, nem tendências, e que, se as pessoas anunciam a intenção de praticar um crime, não dispomos de outro recurso senão responder em consequência”.

Não somos terroristas.

A Smart declarou que os manifestantes enfrentaram abusos “inaceitáveis”, incluindo socos, chutes e cuspidas. Houve confrontos entre a polícia e os manifestantes que buscavam impedir as prisões. Diversos dos detidos em apoio ao Palestine Action eram idosos.

Não somos terroristas. Devemos reconhecer que o Palestine Action tem o direito de existir. A proibição deve ser revogada, declarou Polly Smith, uma aposentada de 74 anos.

Nigel, de 62 anos, diretor-geral de uma empresa de reciclagem que preferiu não revelar seu sobrenome, declarou que a proibição imposta pelo governo em julho é “algo muito errado”.

O governo (…) deveria utilizar o tempo para tentar interromper o genocídio [em Gaza] em vez de tentar conter protestos, declarou à AFP antes de ser detido, enquanto outros manifestantes gritavam “Vergonha!” para a polícia.

A exclusão deste grupo, que era quase inexistente, aumentou o respaldo à organização. Antes da ocorrência de sábado, mais de 800 indivíduos foram presos entre julho e 138 pessoas foram acusadas de apoio ou incitação a uma “organização terrorista” no contexto destes protestos.

A maioria pode receber pena de seis meses de prisão, contudo, os que forem considerados organizadores dos protestos podem ser condenados a até 14 anos de reclusão. Outra manifestação a favor da causa palestina reuniu, no sábado, milhares de pessoas nas ruas de Londres.

A partir do início do genocídio em Gaza em 7 de outubro de 2023, ocorrem manifestações regulares em apoio aos palestinos no Reino Unido.

Fonte por: Brasil de Fato

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