Macron declara que indicará um novo primeiro-ministro da França “nas próximas dias”
Entre as propostas controversas do ex-primeiro-ministro destituído incluíam a extinção de dois feriados nacionais.
O Parlamento francês rejeitou nesta segunda-feira (8) seu segundo primeiro-ministro em nove meses. François Bayrou caiu após um acalorado debate sobre a dívida pública, com demandas por novas eleições legislativas e até mesmo pela renúncia do presidente, Emmanuel Macron. Apesar de lidar com os piores índices de desaprovação desde o início de seu governo, Macron afirmou que escolherá um novo premiê em breve.
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O presidente se encontrará com o primeiro-ministro François Bayroux amanhã (terça-feira) para aceitar a renúncia de seu governo. O presidente nomeará um novo primeiro-ministro nos próximos dias, informou seu gabinete.
Conforme levantamento da Odoxa-Backbone para o jornal Le Figaro, 64% dos franceses preferem a desistência de Macron na nomeação de um novo primeiro-ministro, uma decisão que ele rejeitou. O presidente está impedido de concorrer a um terceiro mandato em 2027. Aproximadamente 77% das pessoas desaprovam seu desempenho, o pior resultado até o momento, conforme outro estudo do Ifop para o jornal Ouest-France.
A França, desde a perspectiva das eleições legislativas de 2024, enfrenta uma instabilidade política considerável, marcada pela ausência de maiorias parlamentares e por um elevado endividamento público, que atinge quase 114% do PIB.
A correspondente em Paris do jornal britânico The Guardian, Angelique Chrisafis, afirma que “Bayrou caiu devido ao seu impopular orçamento de austeridade para controlar a dívida pública. A França precisa agora aprovar urgentemente um orçamento para o próximo ano. No entanto, não há certeza de que qualquer novo primeiro-ministro escolhido por Macron consiga alcançar um consenso orçamentário ou evitar uma deposição semelhante”.
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Entre as medidas propostas por Bayroux para diminuir a dívida pública, vistas como impopulares, incluíam a eliminação de dois feriados nacionais. A Páscoa, que é celebrada na segunda-feira na França, e não no domingo; e o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 8 de maio.
Barnier permaneceu no cargo por nove meses e, anteriormente, o conservador Michel Barnier foi removido após apenas três. Mesmo que Macron convocasse novas eleições antecipadas – o que não é sua preferência, com o partido de extrema direita Reunião Nacional, de Marine Le Pen, em primeiro lugar nas pesquisas –, o parlamento provavelmente continuaria igualmente dividido e em impasse, sem uma maioria definida.
Após selecionar nomes da direita para liderar o Parlamento, analistas afirmam que o caminho mais natural seria testar um nome de centro-esquerda, mas, segundo Chrisafis, “isso seria difícil porque o presidente se recusa a ceder em sua agenda econômica, que data de 2017, com cortes de impostos sobre empresas, a eliminação do imposto sobre grandes fortunas e o aumento da idade mínima para aposentadoria”.
“Isso que os socialistas querem desfazer”, resumiu.
Fonte por: Brasil de Fato