Sébastien Lecornu enfrenta desafio na oposição socialista para evitar censura ao terceiro primeiro-ministro em crise política.
O presidente francês, Emmanuel Macron, alertou nesta terça-feira (14) que poderá convocar eleições legislativas antecipadas caso o Parlamento derrube o governo, em meio a uma crescente crise política. A declaração foi feita antes de um discurso crucial do primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, destinado aos deputados.
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O discurso de política geral de Lecornu, agendado para as 15h00 (10h00 de Brasília), será fundamental para a sobrevivência do governo. A chave reside em sua capacidade de convencer a oposição socialista a não se juntar a outros blocos de esquerda e extrema direita em sua tentativa de censurar o terceiro primeiro-ministro em menos de um ano.
A esquerda socialista, liderada por Olivier Faure, exige claramente a suspensão imediata e completa da reforma da Previdência de 2023, que Macron impôs por decreto apesar da oposição popular. A esquerda radical e a extrema direita já apresentaram moções de censura, que serão debatidas na quinta-feira. Se Lecornu não conseguir convencê-los, os socialistas podem apresentar outra moção com maior chance de derrubar o governo.
O aumento da idade da aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e o aumento para 43 anos, a partir de 2027, do período de contribuição obrigatório para uma pensão completa, geraram descontentamento com as políticas do presidente de centro-direita desde 2023. O governo considera a suspensão da única grande reforma do segundo mandato de Macron custaria pelo menos 3 bilhões de euros (19 bilhões de reais) e divide o partido no poder. A esquerda e os sindicatos também querem sua revogação.
A situação financeira da França também é um fator de risco. A segunda maior economia da União Europeia enfrenta pressão para reduzir sua elevada dívida pública (115,8% do PIB) e levar o déficit público para menos de 5% do PIB até 2026. O governo de Lecornu apresentou um projeto de orçamento para 2026 nesta terça-feira, que prevê um esforço fiscal de 30 bilhões de euros (189 bilhões de reais), em grande parte devido à redução dos gastos públicos, segundo o Conselho Superior de Finanças Públicas.
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