Presidente Lula Desembarca na Índia em Busca de Novas Oportunidades
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está programado para viajar a Nova Délhi, na segunda semana de fevereiro de 2026, em uma missão que o governo classifica como a maior iniciativa de abertura de mercados da gestão petista na Ásia. A Índia é vista internamente como um “sonho de mercado” devido ao seu potencial de negócios em diversas áreas, incluindo frutas, leguminosas, algodão, aves e tecnologia, juntamente com o tamanho significativo de seu consumo interno.
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Esta viagem representa um ponto alto de um processo de aproximação iniciado em julho de 2025, quando Lula e o primeiro-ministro Modi discutiram estratégias para fortalecer as relações bilaterais. Desde então, o Palácio do Planalto tem trabalhado para posicionar a Índia como uma parceira estratégica na Ásia, buscando diversificar os destinos das exportações brasileiras.
Detalhes da Missão e Parcerias Estratégicas
O petista, que já recebeu Modi em Brasília, assumiu pessoalmente a articulação da missão, visando que ela seja a última grande entrega econômica antes do período eleitoral. A escolha das datas no feriado prolongado de Carnaval demonstra a importância que o governo atribui a esta iniciativa.
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O roteiro da viagem à Índia está sendo planejado em conjunto com uma missão empresarial mais ampla, organizada pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para levar empresários brasileiros aos dois destinos asiáticos no mesmo período.
Foco em Fertilizantes e Potencial Comercial
O tema dos fertilizantes deve ganhar destaque na pauta da agenda, considerando que a Índia é um dos maiores produtores do mundo. O Brasil, por sua vez, enfrenta uma vulnerabilidade crítica: o solo nacional é pobre em nutrientes, e o país produz apenas cerca de 30% do que consome.
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Essa dependência externa de preço e oferta representa um risco que o governo busca mitigar.
Objetivos e Desafios da Parceria Brasil-Índia
O governo avalia que um arranjo com Nova Délhi pode reduzir esse risco e garantir previsibilidade de insumos agrícolas, fortalecendo tanto a produção quanto as exportações brasileiras. Negociadores brasileiros avaliam que a Índia tem um potencial riquíssimo, mas que a estrutura interna e a falta de coordenação entre produtores e governo dificultam a previsibilidade comercial.
A economia indiana opera com uma base de produção local forte, fragmentada e altamente dependente do clima. No caso do feijão, por exemplo, quando a produção cobre o consumo interno, as importações cessam. Mas, quando há quebra de safra, o país corre ao mercado internacional e aceita pagar mais caro para repor estoques.
