Petista participa de cúpula da Asean e agenda possível encontro com Biden. Leia no Poder360.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concluiu uma visita à Malásia, em 24 de outubro de 2025, para participar da 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). A viagem, que começou às 4h30 (horário de Brasília), representou um movimento estratégico para fortalecer a presença do Brasil em uma região de crescente relevância econômica.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O encontro com o premiê Anwar Ibrahim (Partido da Justiça Popular, centro-esquerda) marcou a primeira visita de Lula à Malásia e a segunda de um chefe de Estado brasileiro ao país, após uma visita em 1995 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Durante a estadia, Lula reservou parte do domingo (26.out.2025) para reuniões bilaterais com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano). A expectativa é que o petista se encontre com o republicano, que também participará da cúpula.
Embora a confirmação ainda não tenha sido oficializada, a reunião é vista como um passo importante para o diálogo entre os dois países.
Antes da cúpula, Lula realizou uma entrevista a jornalistas em Jacarta (Indonésia). Expressou otimismo em relação à possibilidade de um acordo com Trump, admitindo que a concretização não ocorrerá imediatamente. A negociação, segundo Lula, será conduzida pelos negociadores das partes.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em 6 de outubro, houve uma conversa telefônica de cerca de meia hora entre os presidentes, com um tom amistoso. Lula destacou o superávit comercial entre Brasil e Estados Unidos e solicitou a retirada da sobretaxa aplicada a produtos brasileiros importados, além do fim de medidas restritivas contra autoridades brasileiras.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reuniu com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em 16 de outubro em Washington. A reunião foi considerada produtiva, abrindo um canal de comunicação entre os governos.
Essa interação contribuiu para o distensão da relação entre os países e para a organização da reunião entre Lula e Trump.
O presidente brasileiro busca fortalecer as parcerias estratégicas com os países do Sudeste Asiático e ampliar a presença do Brasil na região. A visita de Lula a Kuala Lumpur tem como objetivo intensificar e diversificar o comércio e os investimentos bilaterais, com foco em setores estratégicos como energia, ciência, tecnologia e inovação.
Lula tem enfatizado a importância da autonomia estratégica, defendendo relações comerciais com múltiplos parceiros e insistindo na ampliação do poder do que chama de Sul Global.
O Brasil mantém um superávit comercial com a ASEAN. Em 2024, o bloco asiático importou US$ 26,3 bilhões de bens brasileiros, segundo o ComexStats. Os principais produtos comprados pelos países do Sudeste Asiático são combustíveis minerais, rações e minérios.
O Brasil, por sua vez, importou US$ 10,8 bilhões da ASEAN.
Antes da Malásia, Lula esteve na Indonésia. Ele se encontrou, na 5ª feira (23.out) com o o presidente do país, Prabowo Subianto (Partido Gerindra, direita). Os governos brasileiro e indonésio firmaram tratados sobre minerais críticos, ciência, tecnologia, inovação, controle de pragas e doenças e estatística.
Lula defendeu que os países “não fiquem dependentes de ninguém” e reforçou a ideia de “multilateralismo” contra o “unilateralismo”. Falou ser a favor de uma “democracia comercial”, e não do “protecionismo”.
Lula também falou sobre: comércio livre – disse que as nações desejam fazer negócios com as próprias moedas, o real e a rúpia indonésia; Sul Global e representação – defendeu a maior vocalização do Sul Global em órgãos de representação internacional, como a ONU (Organização das Nações Unidas).
Voltou a dizer ser necessária uma reforma integral no Conselho de Segurança, para “resolver sua presente falta de representatividade e paralisia”; tentar a reeleição – reafirmou que buscará um 4º mandato. “Eu quero lhe dizer que vou completar 80 anos, mas pode ter certeza de que estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos.
E vou disputar um 4º mandato no Brasil”, declarou a Subianto; Mercosul-Indonésia – o bloco e o país asiático devem fechar um acordo de comércio preferencial até o fim da presidência brasileira, em dezembro.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!