Senador escolhe nova direção após jantar no Alvorada, contrariando Pacheco e com poder de barganha para avançar pautas do governo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). A conversa ocorreu em um jantar na segunda-feira (20), no Palácio da Alvorada. Lula embarcou na terça-feira pela manhã para uma viagem à Ásia, com retorno previsto para o dia 28.
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Alcolumbre avalia que o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) seria um nome mais forte para a vaga, devido à sua influência no Congresso. Observa-se, por parte de aliados de Lula, que o presidente não demonstra intenção de reconsiderar a escolha de Messias, com quem se sente confiante no terceiro mandato. Apesar disso, Lula pretende conversar com Pacheco, em um gesto de deferência.
No Palácio do Planalto, auxiliares do presidente afirmam que Alcolumbre mantém seus indicados em cargos importantes, como Comunicações e Integração e Desenvolvimento Regional. Além disso, o presidente do Senado conseguiu que Lula pressionasse o Ibama a autorizar a Petrobras a fazer prospecção de petróleo na Margem Equatorial, fronteira da costa brasileira.
Em troca, Alcolumbre tem demonstrado boa vontade para adiar a sessão do Congresso que pode derrubar os vetos de Lula ao projeto que flexibiliza as regras para o licenciamento ambiental, em vista da Conferência do Clima (COP30) da ONU, que será realizada em Belém, a partir de 10 de novembro.
Lula prefere que Pacheco dispute o governo de Minas Gerais, mesmo porque precisa de um palanque forte para sua campanha por um novo mandato no Estado, segundo maior colégio eleitoral do País. O problema, porém, é que o PSD de Pacheco vai filiar no próximo dia 27 o vice-governador de Minas, Mateus Simões, justamente para que ele concorra à sucessão de Romeu Zema (Novo), no ano que vem.
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A indicação de Lula para o STF ainda precisa passar pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e do plenário da Casa. Em 2021, no governo de Jair Bolsonaro, Alcolumbre – então presidente da CCJ – adiou por quase cinco meses a sabatina de André Mendonça no colegiado por não concordar com a escolha. Interlocutores do presidente dizem, porém, não acreditar que ele usará o mesmo método com Lula.
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