Lula garante defesa de agricultores da Amazônia contra aumento de preços e inaugura complexo policial

Governo destina recursos emergenciais, porém ainda não há plano de longo alcance para a economia e a segurança da região.

10/09/2025 10:00

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Lula garante defesa de agricultores da Amazônia contra aumento de preços e inaugura complexo policial
(Imagem de reprodução da internet).

Em dois dias consecutivos, a Amazônia foi tema central da agenda presidencial. Inicialmente, com a afirmação de que nenhum pequeno ou médio produtor sofrerá prejuízos devido à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. Posteriormente, com a inauguração, em Manaus, do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia.

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Anúncios distintos, porém que evidenciam o mesmo problema: a fragilidade da região diante de pressões externas e da falta de políticas estruturantes. No âmbito econômico, a criação de um fundo emergencial e a compra da produção para a merenda escolar representam medidas de curto prazo para garantir a renda de quem vive da castanha, do açaí e do mel. Contudo, permanecem soluções temporárias. Uma parcela significativa desses produtos ainda é exportada in natura, com baixo valor agregado. Isso implica perder chances de multiplicar o retorno econômico em até dez vezes, caso fossem transformados em derivados como óleos, farinhas, energéticos, cosméticos ou nutracêuticos. A bioeconomia só se consolidará quando se desligar da dependência de commodities brutas e investir em industrialização sustentável, emprego local e inserção competitiva no mercado global.

Na área da segurança, a inauguração do Centro Policial em Manaus. Pela primeira vez, estados brasileiros e países vizinhos compartilham informações em tempo real para enfrentar crimes transnacionais. Tráfico, garimpo ilegal e desmatamento não respeitam fronteiras, e exigem resposta articulada. O Plano Amazônia – Segurança e Soberania, financiado com recursos do Fundo Amazônia, mostra que a presença do Estado precisa ser reforçada. Mas a tecnologia fará diferença se houver capilaridade, chegando às comunidades onde hoje o crime organizado oferece mais alternativas do que o próprio poder público. Economia e segurança se cruzam na Amazônia. Sem agregar valor à produção e sem garantir alternativas sustentáveis, não haverá renda para a população local. Sem presença estatal forte e coordenada, o crime continuará ocupando espaço.

Os dois anúncios desta semana são importantes sinais de vontade política, mas precisam sair do terreno das respostas emergenciais para se transformar em estratégia duradoura.

Fonte por: Jovem Pan

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