Reunião Bilateral Lula e Trump em Kuala Lumpur
A reunião bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), deve ser realizada no domingo (26.out.2025) em Kuala Lumpur, na Malásia. O encontro visa a um acordo comercial que pode envolver um tema caro para os norte-americanos: as terras raras.
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Pressão dos EUA sobre Terras Raras
O governo Trump busca maneiras de reduzir a dependência da China em minerais raros – um conjunto de elementos vitais para a indústria tecnológica usado na produção de veículos elétricos, smartphones, televisões de LED e outros. O Brasil vem na sequência, e os EUA estão de olho nesse espólio.
Alckmin Confirma Pressão dos EUA
“A discussão já faz parte do diálogo econômico entre os 2 países. Ambos buscam ampliar a cooperação em áreas de energia, inovação e sustentabilidade”, disse o presidente interino Geraldo Alckmin (PSB) em entrevista na 3ª feira (21.out), confirmando que os Estados Unidos estão pressionando pelo acesso às reservas brasileiras de terras raras.
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Acordo para Derrubar Tarifas
Um acordo nesse sentido aparece como o caminho mais curto para o Planalto derrubar a tarifa adicional de 40% imposta pela Casa Branca aos produtos brasileiros, aplicada pela insatisfação do governo dos EUA em relação ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Tarifas e Relação EUA-China
Somou-se aos 10% base já cobrados sobre importações brasileiras, elevando o total da tarifa a 50%. O governo Lula já falou reiteradamente que a questão política e judicial que motivou a decisão de Trump está fora das discussões comerciais. EUA X CHINA.
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A China controla atualmente cerca de 90% do processamento de terras raras e anunciou no início do mês a ampliação dos controles de exportação desses minerais.
Reuniões entre EUA e China
Trump e o presidente chinês Xi Jinping se reunirão na Coreia do Sul na 5ª feira (30.out) e pretendem reverter essa nova escalada da guerra comercial, mas mesmo um acordo não afasta a Casa Branca do objetivo de diversificar suas cadeias de suprimentos.
A ideia é depender menos da China, que tem, com folga, a maior produção global.
Negociações com a União Europeia
Antes da bilateral entre Xi e Trump, o governo da China terá negociações com a União Europeia sobre terras raras. O bloco europeu, assim com os EUA, tentam reverter as restrições, em vigor desde abril, para não prejudicar as indústrias automotiva, militar e de aviação.
O controle da China sobre a maioria dos minerais raros ligou um alerta em Washington. Em março, Trump publicou decreto para elevar a produção norteamericana em minerais críticos. As reservas do país, contudo, são escassas.
Acordo com a Austrália
A saída é buscar acordos com outros países. O 1º deles foi fechado com a Austrália durante a visita do primeiro-ministro Anthony Albanese à Casa Branca na 2ª feira (20.out). O país da Oceania tem a 4ª maior reserva global de minerais raros.
Brasil como Próximo Alvo
O Brasil, 2º no ranking, pode ser o próximo alvo norte-americano. A parceria no setor era discutida entre os governos antes da escalada tarifária e deve voltar à mesa de negociações na Malásia – ou no futuro, caso o encontro não seja realizado em Kuala Lumpur.
