Lula e Maduro Trocam Fala em Conversa Seletiva
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou uma ligação telefônica com o presidente Nicolás Maduro, na terça-feira da semana passada (2). A conversa, mantida em sigilo por alguns dias, foi confirmada à CNN por fontes do Palácio do Planalto.
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O encontro durou aproximadamente 15 minutos e teve como foco a avaliação das ações dos Estados Unidos no Caribe, conforme solicitado por Lula.
Esta foi a primeira comunicação entre os dois líderes em mais de um ano. A relação diplomática entre Brasil e Venezuela se deteriorou significativamente após o agravamento da crise política venezuelana, desencadeado pela contestação dos resultados das eleições de 2024.
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A conversa entre Lula e Maduro buscou, em parte, amenizar o clima tenso.
Auxiliares do presidente Lula descreveram o contato como “bastante cordial” e uma tentativa de “quebra-gelo”. Lula não propôs sua atuação como mediador entre o governo venezuelano e a Casa Branca. Em recentes diálogos com o então presidente Donald Trump, essa possibilidade havia sido levantada.
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Segundo informações de assessores presidenciais, a sequência de desentendimentos recentes, incluindo o bloqueio brasileiro à entrada da Venezuela no Brics e o período de distensão diplomática após a crise eleitoral, contribuíram para a necessidade de um primeiro contato para restabelecer o diálogo.
A prioridade, neste momento, era superar a tensão.
As explicações de Maduro se limitaram a reiterar declarações públicas já feitas por ele e pelo governo em Caracas. O presidente venezuelano negou acusações de liderar um cartel e classificou como “absurda” a alegação de que as drogas consumidas nos Estados Unidos têm origem na Venezuela.
O governo brasileiro e o Itamaraty avaliam que a Casa Branca vinha buscando, através de pressão militar e instabilidade interna, enfraquecer a posição de Maduro.
Atualmente, o governo brasileiro considera mais provável um ataque pontual e direcionado dos Estados Unidos contra um alvo venezuelano relacionado ao tráfico de drogas, em vez de uma invasão militar em larga escala.
