Lula discute desafios do Acordo de Paris em cúpula em Belém. Mais de 40 chefes de Estado debatem futuro do clima com Brasil.
A Cúpula de Líderes, realizada em Belém (PA) nos dias 6 e 7 de novembro de 2025, reuniu mais de 40 chefes de Estado e representantes de aproximadamente 140 países. O evento, organizado pela Presidência brasileira, teve como objetivo principal orientar o debate e preparar o terreno para as negociações oficiais que ocorrerão nas próximas Conferências das Partes (COPs).
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A cúpula, formalmente chamada de Cúpula do Clima de Belém, é uma inovação no cenário das COPs, buscando um encontro preparatório de alto nível.
O presidente do Brasil, em suas declarações, enfatizou a necessidade de uma governança global efetiva para solucionar a crise climática, ressaltando que a solução para o planeta reside no multilateralismo. O petista reconheceu que, atualmente, o mundo ainda está distante de atingir o objetivo estabelecido pelo Acordo de Paris, assinado em 2015, que busca limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais.
Um dos pontos centrais da discussão foi a cobrança por financiamento climático adequado. O presidente brasileiro defendeu a utilização de instrumentos de troca de dívida por ações climáticas, além da proposta de tributação de super-ricos e corporações multinacionais para obter recursos.
Ele criticou a predominância de financiamentos oferecidos sob a forma de empréstimos, considerados “não éticos ou práticos” para países em desenvolvimento que pagariam juros para combater o aquecimento global.
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Lula propôs o alinhamento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) à Missão 1.5, compromisso assumido em Dubai. Além disso, defendeu a criação de um Conselho do Clima, ideia já apresentada ao G20 e à Assembleia Geral da ONU. O objetivo seria dar à implementação do acordo a estatura política necessária.
A Cúpula de Líderes ocorreu em um contexto de tensões geopolíticas, com a possível revisão da permanência da Índia no Acordo de Paris. A ausência dos Estados Unidos e da Argentina, com seus respectivos governos tendo se retirado do acordo, também foi um fator relevante.
O ex-ministro francês Laurent Fabius reconheceu a dificuldade de reproduzir o Acordo de Paris no cenário atual, destacando a necessidade de manter o multilateralismo.
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