Lula critica impasse no Mercosul-União Europeia após 26 anos de tratativas. Presidente critica falta de decisão europeia e busca diversificar parcerias externas
Em Foz do Iguaçu (PR), durante a Cúpula realizada neste sábado (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou uma postura firme ao comentar o impasse nas negociações do acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano, o Mercosul, e a União Europeia.
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O discurso do mandatário foi direcionado aos chefes de Estado presentes, atribuindo a falta de conclusão do tratado à ausência de decisão dos líderes europeus, motivada principalmente por medidas de proteção agrícola.
Após 26 anos de tratativas diplomáticas, a expectativa era de que o acordo fosse finalmente selado durante o encontro. No entanto, segundo o presidente brasileiro, o texto final não foi assinado devido à solicitação europeia por mais tempo para discutir medidas adicionais de proteção agrícola.
O mandatário foi enfático ao afirmar que o Mercosul cumpriu sua parte, aceitando cotas e salvaguardas, e que o momento exigia firmeza das lideranças do velho continente. “Sem vontade política e coragem dos dirigentes não será possível concluir uma negociação que já se arrasta por 26 anos”, completou.
Apesar da frustração com o adiamento, Lula revelou ter recebido na última sexta-feira (19) uma carta dos presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu. O documento expressava a expectativa de que o acordo seja aprovado em janeiro de 2026.
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O presidente brasileiro sinalizou que o Mercosul não ficará estagnado à espera dos europeus. Em um recado direto sobre a diversificação da pauta externa, Lula listou avanços com outros blocos e nações, citando o acordo firmado em setembro com a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), além de negociações em andamento com Índia, Emirados Árabes Unidos, Canadá, Japão e Vietnã.
O presidente reforçou que a diversificação de parcerias é essencial para a resiliência econômica da região. As negociações entre o Mercosul e a União Europeia iniciadas em 1999, com um acordo político geral anunciado em 2019, enfrentaram dificuldades devido a exigências ambientais e preocupações de países como a França.
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