Lula afirma não se envolver no conflito entre EUA e Venezuela e garante que a questão será resolvida conforme a situação

O presidente declarou que buscará a reeleição “se estiver com o estado de espírito e a saúde necessários”.

05/09/2025 22:16

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Lula afirma não se envolver no conflito entre EUA e Venezuela e garante que a questão será resolvida conforme a situação
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, na sexta-feira (5), que não tem intenção de se envolver na disputa entre Estados Unidos e Venezuela, ainda que o conflito aumente de intensidade. Em entrevista exclusiva ao SBT, Lula afirmou que concentrará seus esforços em questões internas, como a regulamentação das redes sociais, que, segundo o presidente, “do pouco para quem doer”.

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Durante a entrevista, conduzida pelo jornalista César Filho, Lula reiterou que a posição de seu governo é a de defesa de soluções negociadas para quaisquer conflitos. “O Brasil vai permanecer do lado que sempre esteve: do lado da paz”, garantiu, quando questionado sobre a crescente tensão entre estadunidenses e venezuelanos.

O Brasil não possui disputa internacional, tampouco almeja ter uma. O Brasil compreende que a guerra não produz resultados. Não existe alternativa melhor do que se sentar à mesa e dialogar, continuou o presidente.

A sugestão de diálogo, inclusive, foi mencionada na relação entre o governo brasileiro e a administração de Donald Trump nos Estados Unidos. O presidente reiterou uma frase que utilizou repetidamente nesta semana: “no dia que ele [Trump] quiser conversar, o Lulinha paz e amor está de volta”.

Apesar de declarar que busca uma solução negociada para a questão tarifária, o petista indicou que não acredita que isso ocorrerá tão cedo. Ele mencionou ter mobilizado três nomes de destaque de seu governo para conversar com os americanos: os ministros Fernando Haddad (Agricultura), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – e também vice-presidente) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). “Pergunta se alguém teve interlocução?”, questionou, em tom de desapontamento.

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“Esperava ter uma relação como a de dois chefes de Estado”, declarou. “E aprendi a negociar, especialmente com grandes empresários. Estou à disposição para conversar com o Trump, sempre. A relação Brasil-Estados Unidos retomará o normal. Se os presidentes não conseguem chegar a um acordo, tenho certeza de que o povo americano e o povo brasileiro o farão.”

Em sua conversa com César Filho, Lula reiterou sua posição firme contra o genocídio israelense em Gaza. O jornalista mencionou acusações de que o presidente apoia o movimento Hamas.

“Se alguém diz que eu tenho simpatia pelo Hamas, é de ignorância, uma má-fé e uma estupidez que não merece crédito”, clamava. “Eu sou defensor do Estado palestino, que conviva harmonicamente com o Estado de Israel. E sou totalmente contra a ocupação que Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, prosseguiu.

Acusações sobre uma suposta simpatia ao Hamas, aliados, surgem na internet. Esse foi mais um tema que levou o presidente a abandonar a tal postura do “Lulinha paz e amor” e se manifestar de forma contundente. Ele declarou que o governo está pronto para assegurar a regulamentação das grandes empresas de tecnologia.

O ódio não deve ser incentivado. O que deve ser incentivado é a paz, a harmonia, a tranquilidade, a boa convivência democrática, a civilidade entre a espécie humana. Vamos regular [as redes], como achar melhor.

Com tom humorístico, César Filho mencionou teorias conspiratórias que envolviam o ex-presidente Lula e outras personalidades públicas, incluindo Donald Trump, que, recentemente, foi objeto de especulações sobre seu falecimento que se espalharam nas redes sociais.

“Essa loucura da internet facilita muito as inverdades. Já sou a quinta versão do Lula”, brincou o presidente. “Nós precisamos regular as empresas. Não é censura. O país tem que ter regra. O que vale na vida real, vale na vida digital. Se eu na vida real falar mentira, cometer falso testemunho, eu posso ser julgado. Na vida digital também”, complementou.

Ao final da entrevista, Lula não evitou a questão sobre a possibilidade de disputar a eleição de 2026, declarando que “se eu estiver com o estado de espírito e a saúde que tenho atualmente, não tenho dúvidas de que serei candidato à presidência da República”.

Fonte por: Brasil de Fato

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