Kalshi, fundada por Luana Lopes Lara, lidera mercados preditivos com licença da CFTC. Plataforma movimentou US$ 5,8 bi em novembro, desafiando DraftKings e FanDuel. A empresa busca expandir atuação e superar obstáculos regulatórios em Nevada
Fundada pela brasileira Luana Lopes Lara, a Kalshi se consolidou como uma das principais plataformas de mercados preditivos do mundo. Diferente das casas de apostas tradicionais, a empresa permite que os usuários especulem sobre a ocorrência ou não de eventos mensuráveis, desde a premiação do Oscar até a recessão nos Estados Unidos, tudo com licença oficial da CFTC, órgão regulador de derivativos dos Estados Unidos.
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A Kalshi opera como uma bolsa de contratos de eventos, onde os usuários compram e vendem contratos baseados em perguntas de “sim” ou “não” sobre acontecimentos. O preço de cada contrato varia entre US$ 0 e US$ 1, refletindo a probabilidade de o evento ocorrer, conforme avaliado pelo mercado.
Se o evento se concretiza, o contrato paga US$ 1; se não, vale US$ 0.
A Kalshi movimentou US$ 5,8 bilhões em volume negociado em novembro, segundo o site especializado The Block. Esse número representa um crescimento de 32% em relação a outubro, impulsionado pela entrada da empresa no segmento de apostas esportivas complexas (parlays), que já responde por 80% do volume.
Com esse crescimento, a Kalshi se tornou um player relevante frente às tradicionais plataformas de apostas esportivas, como DraftKings e FanDuel, que agora estudam entrar no setor de prediction markets. A empresa realizou uma rodada Série E de US$ 1 bilhão, com investidores como Paradigm, Sequoia Capital, Andreessen Horowitz, ARK Invest, CapitalG (Google), Meritech, IVP e Y Combinator.
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Entre os investidores, o cofundador Tarek Mansour tornou-se sócio da empresa, com participações entre 20% e 25% da empresa.
Apesar do crescimento acelerado e do aumento exponencial no volume de negociações, a Kalshi enfrenta obstáculos no campo regulatório. A principal disputa gira em torno da classificação jurídica da plataforma: enquanto a empresa se define como um mercado de derivativos regulamentado, autorizado pela CFTC dos Estados Unidos, autoridades estaduais argumentam que suas operações se enquadram como apostas esportivas e comerciais, sujeitas às legislações locais de jogos.
Recentemente, a Kalshi sofreu um revés judicial após uma decisão federal determinar que a empresa deve obedecer às regras da comissão de jogos do estado de Nevada. A empresa discorda da decisão e já anunciou que pretende recorrer, alegando que sua atividade principal é financeira, e não recreativa, sendo comparável ao mercado de futuros de commodities.
A disputa ilustra os desafios legais enfrentados por plataformas inovadoras que operam na interseção entre tecnologia, finanças e comportamento de massa — especialmente em setores onde a fronteira entre aposta e derivativo ainda é alvo de interpretações distintas.
A Kalshi prepara novos produtos, parcerias com corretoras e a entrada em mercados internacionais. Uma dessas parcerias, segundo fontes ouvidas pelo New York Times, deve ser anunciada com a CNN.
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