Luana Lopes Lara, bailarina e matemática, se tornou a mais nova bilionária do mundo sem herança, liderando a Kalshi, plataforma de apostas em eventos. A empresa, avaliada em US$ 11 bilhões, impulsionou Luana a entrar no clube global de bilionários
Aos 29 anos, a brasileira Luana Lopes Lara, bailarina de formação e matemática por escolha, alcançou um feito notável ao se tornar a mais nova do mundo sem herança. Sua ascensão se deve à participação que detém na Kalshi, uma plataforma americana de apostas em eventos do mundo real, atualmente avaliada em US$ 11 bilhões.
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Essa trajetória, marcada por um “self-made” – termo em inglês que descreve a construção do patrimônio sem heranças familiares – impulsionou Luana a entrar no clube global de bilionários.
O marco foi impulsionado por uma rodada Série E de US$ 1 bilhão, anunciada em outubro de 2023, elevando o valor de mercado da companhia. Com uma fatia estimada entre 10% e 15% da empresa – a chamada participação acionária, ou equity –, o patrimônio de Luana se aproxima de R$ 6 bilhões “no papel”, atrelado ao desempenho futuro da ação, e não a um saldo imediato em conta bancária.
Essa riqueza só se concretiza em eventos de liquidez, como a venda de ações, a aquisição da empresa ou uma abertura de capital em bolsa.
A Kalshi ocupa um nicho específico dentro do universo das apostas, mais próximo do mercado financeiro tradicional do que das casas de apostas esportivas. O nome da empresa, que significa “tudo” em árabe – uma referência à ambição de transformar praticamente qualquer evento mensurável em um ativo negociável.
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A companhia funciona como uma espécie de bolsa de derivativos focada em contratos de eventos, abrangendo temas como inflação, eleições e esportes (por exemplo, “A bolha da IA vai explodir?”, “X será eleito prefeito em Nova York?”).
A plataforma é licenciada e regulada pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC), a agência americana responsável por supervisionar o mercado de derivativos nos Estados Unidos. Essa estrutura permite que a Kalshi também funcione como ferramenta de gestão de risco.
Um investidor preocupado com a possibilidade de recessão nos Estados Unidos, por exemplo, pode comprar contratos que pagam caso a economia americana desacelere oficialmente, compensando perdas em outras partes da carteira.
De Joinville (SC) para o mundo, Luana Lopes Lara cresceu dividindo o tempo entre as aulas de balé e a paixão pelos números. Na adolescência, estudou na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, braço da companhia russa em Santa Catarina, e se dedicava a olimpíadas científicas.
Autodefinida como uma “nerd de matemática”, conquistou até medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia.
O domínio em exatas foi o passaporte para o Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das universidades de tecnologia mais prestigiadas do mundo. Lá, Luana se formou em Ciência da Computação e Matemática, dupla formação que combina programação com estatística avançada.
Foi também no MIT que conheceu o egípcio Tarek Mansour, com quem fundou a Kalshi em 2018, quando ainda estava na graduação, aos 22 anos. Antes de mergulhar no empreendedorismo, Luana atuou em mesas de operações de grandes instituições financeiras, como a gestora Citadel, o fundo macro Bridgewater e a Five Rings Capital.
Essa experiência ajudou a moldar a visão de criar um “mercado de previsões” regulado, em que eventos do mundo real são tratados como ativos financeiros. Hoje, Luana ocupa o cargo de diretora de operações, responsável pela execução da estratégia da empresa no dia a dia.
Sob sua gestão, a Kalshi já movimenta mais de US$ 1 bilhão por semana.
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