Lindomar Castilho, “Rei do Bolero”, falece aos 85 anos. A informação foi confirmada pela filha, Lili De Grammont. Artista marcante da música brega, teve carreira interrompida por crime trágico em 1981
O cantor e compositor Lindomar Castilho, com 85 anos, faleceu. A informação foi confirmada por sua filha, Lili De Grammont, através das redes sociais. A causa do óbito não foi divulgada.
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Considerado um dos maiores ícones da música brega e romântica no Brasil, Lindomar Castilho teve uma vida repleta de altos e baixos. Ele alcançou grande popularidade na década de 1970, tornando-se um dos artistas mais vendidos do país. No entanto, sua carreira foi interrompida abruptamente por um crime chocante.
Nascido em uma cidade não especificada, Lindomar abandonou os estudos em Direito para seguir carreira musical. Sua voz potente e interpretação dramática lhe renderam o apelido de “Rei do Bolero”. Entre o final dos anos 60 e a década de 70, seus discos eram lançados simultaneamente no Brasil e em outros países.
O repertório de Lindomar era caracterizado por letras de amor intensas, desilusões e a atmosfera da boemia. Entre seus maiores sucessos estavam “Eu Vou Rifar Meu Coração”, “Chamarada” e “Nós Somos Dois Sem Vergonhas”. A música “Você É Doida Demais” se tornou um marco em sua trajetória, sendo resgatada nos anos 2000 para ser utilizada como tema de abertura da série “Os Normais” da TV Globo e do filme “Domésticas”.
Em 30 de março de 1981, a carreira de Lindomar Castilho foi interrompida de forma trágica. Ele invadiu o Café Belle Époque, em São Paulo, onde sua ex-esposa, a cantora Eliane de Grammont, estava se apresentando. Armado, Lindomar disparou contra o palco, atingindo Eliane no peito.
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A artista, com apenas 26 anos, não resistiu. Carlos Randall, primo de Lindomar e violonista de Eliane, também foi ferido.
O julgamento de Lindomar Castilho gerou grande repercussão no Brasil. A defesa alegou a “legítima defesa da honra”, um argumento jurídico questionável na época. Condenado a 12 anos de prisão, o caso mobilizou movimentos feministas e provocou debates sobre violência doméstica.
Lindomar cumpriu parte da pena em regime fechado, obtendo a liberdade condicional no final dos anos 80 e sendo liberado definitivamente nos anos 90. Durante o período de encarceramento, lançou o álbum “Muralhas da Solidão”. Nos últimos anos, viveu de forma reclusa e distante dos holofotes.
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