Letitia James, a procuradora-geral de Nova York que processou o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se declarou inocente nesta sexta-feira (24) da acusação de fraude bancária. James, uma das três figuras críticas a Trump que foram acusadas criminalmente nas últimas semanas, apresentou a declaração em um comparecimento a um tribunal federal em Norfolk, Virginia, conforme informado pela Fox News e pela CNN.

“Isso não é sobre mim. É sobre todos nós e de um sistema de justiça que foi instrumentalizado (…) como ferramenta de vingança”, disse James nos arredores do tribunal após a leitura das acusações. Abbe Lowell, advogado de James, afirmou que pretende apresentar uma moção para que o caso seja arquivado por se tratar de um processo vingativo e seletivo.

O caso contra James foi apresentado um dia depois que outro adversário de Trump, o ex-diretor do FBI James Comey, se declarou inocente das acusações de prestar declarações falsas ao Congresso e obstruir um procedimento legislativo. John Bolton, assessor de segurança nacional de Trump antes de se tornar um duro crítico do presidente republicano, foi acusado na semana passada por uso indevido de informação confidencial.

Bolton também se declarou inocente.

Os casos contra James e Comey foram apresentados pela procuradora-geral designada por Trump, Lindsey Halligan, após o procurador anterior renunciar alegando falta de provas contra eles. A acusação de fraude bancária e declarações falsas foi motivada por uma propriedade que Trump comprou na Virgínia em 2020.

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Um juiz do estado de Nova York ordenou que Trump pagasse 464 milhões de dólares, mas um tribunal superior posteriormente anulou a penalidade financeira, embora tenha mantido a sentença de fundo. James recorreu da decisão.

Além de James e Comey, Trump também pediu publicamente o processo do senador democrata Adam Schiff, que liderou o primeiro julgamento político contra o presidente na Câmara dos Representantes. A secretária de Justiça de Trump, Pam Bondi, instou a tomar medidas contra James, Comey e outros que considera inimigos, em uma escalada de sua campanha contra opositores políticos.

Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, Trump adotou uma série de medidas punitivas contra inimigos percebidos, expurgando funcionários do governo que considerava desleais, mirando escritórios de advocacia envolvidos em casos anteriores contra ele e retirando fundos federais de universidades.

*Com informações da AFP