Ações da Oracle caem 13,1% e patrimônio de Larry Ellison despenca US$ 35,8 bilhões. A gigante da tecnologia enfrenta pressão no mercado devido a metas ambiciosas e preocupações com a inteligência artificial
As ações da Oracle registraram uma queda significativa nesta quarta-feira (12), com uma variação de 13,1%, atingindo o valor de US$ 193,80 (R$ 1.044,58) por volta das 10h45 (horário da Costa Leste dos EUA). Esse movimento representou a maior queda intradiária do papel desde janeiro, quando os ativos da empresa apresentaram uma redução de 13,7%.
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A desvalorização impactou diretamente o patrimônio líquido de Larry Ellison, presidente do conselho da Oracle e ex-CEO da empresa, que viu sua fortuna diminuir em US$ 35,8 bilhões (R$ 192,96 bilhões), atualmente estimado em US$ 245,2 bilhões (R$ 1,32 trilhão).
A queda nas ações da Oracle ocorreu após a empresa divulgar uma receita trimestral de US$ 16 bilhões (R$ 86,24 bilhões), inferior à estimativa de analistas de US$ 16,1 bilhões (R$ 86,78 bilhões). Além disso, as vendas de software da Oracle registraram uma queda para US$ 5,8 bilhões (R$ 31,26 bilhões), abaixo das projeções de pouco mais de US$ 6 bilhões (R$ 32,34 bilhões).
Contudo, as vendas de nuvem da Oracle apresentaram um crescimento de 34%, alcançando US$ 7,97 bilhões (R$ 42,97 bilhões), superando as expectativas de US$ 7,92 bilhões (R$ 42,69 bilhões). A empresa também reportou gastos de capital de US$ 12 bilhões (R$ 64,68 bilhões) no trimestre, acima dos US$ 8,3 bilhões (R$ 44,74 bilhões) esperados por Wall Street.
Em setembro, Ellison chegou perto de alcançar Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 491,3 bilhões (R$ 2,65 trilhões), após uma forte alta das ações da Oracle. Em um momento, seu patrimônio atingiu quase US$ 405 bilhões (R$ 2,18 trilhão), estando a apenas US$ 31 bilhões (R$ 167,09 bilhões) atrás de Musk.
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A empresa enfrentava dificuldades nas últimas semanas, com investidores apostando contra a Oracle como parte de uma aposta mais ampla contra o setor de inteligência artificial. As metas ambiciosas da CEO Safra Catz para a receita de infraestrutura em nuvem, incluindo projeções de US$ 18 bilhões (R$ 97,02 bilhões) para este ano fiscal e quase dobrar para US$ 32 bilhões (R$ 172,48 bilhões) em 2027, também contribuíram para a desvalorização.
Analistas como Brad Zelnick, da Deutsche Bank, consideraram as estimativas da Oracle como evidência de uma “mudança sísmica em curso na computação”. A preocupação com a possível inflação das ações ligadas à inteligência artificial, evidenciada por pesquisas que apontam para 45% de operadores considerando uma bolha em IA como um dos principais riscos do mercado, intensificou a pressão sobre as ações da Oracle.
O valor de mercado da empresa encolheu US$ 80,4 bilhões (R$ 433,36 bilhões) até quinta-feira, caindo de US$ 635,5 bilhões (R$ 3,43 trilhões) com base no preço das ações de quarta-feira para US$ 555,1 bilhões (R$ 2,99 trilhões). As ações da Oracle já recuaram 44% desde que atingiram o recorde histórico de US$ 345,72 (R$ 1.863,43) em setembro, quando a capitalização de mercado da empresa chegou a US$ 985,3 bilhões (R$ 5,31 trilhões).
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