Uma carta pública assinada por mais de 60 organizações manifesta a crença de que o modelo agroecológico é um caminho essencial para responder à crise social e climática que afeta nações em todo o mundo. O documento é fruto dos debates da 22ª Jornada de Agroecologia, que finalizou no domingo (10), em Curitiba.
Com o título Por Vida, Justiça Social e Soberania dos Povos, o manifesto consolida as análises e os consensos obtidos no encontro, estabelecendo a prática como elemento central para a construção da justiça social e a resposta imediata à degradação ambiental.
Somos protetores e conservadores da biodiversidade, da água e das florestas, e compreendemos que não existe solução efetiva para a crise climática sem o reconhecimento e a valorização de nossos conhecimentos, práticas e formas de vida.
Ademais, o texto enfatiza a defesa da democracia e da justiça econômica, o enfrentamento ao capitalismo predatório e a reivindicação de terras.
Rejeitamos tais soluções equivocadas, como o mercado de carbono e outras formas de financeiração da natureza, e defendemos políticas eficazes que garantam a reforma agrária popular, a demarcação das terras indígenas, a titulação de territórios quilombolas e a regularização fundiária de povos e comunidades tradicionais.
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Para impulsionar a agroecologia, o documento propõe o desenvolvimento e a disseminação de tecnologias, a democratização do acesso a sementes crioulas e a manutenção e o aprimoramento de políticas de compra pública de alimentos.
Plebiscito popular e apoio internacional.
A carta reforça o apoio da Jornada de Agroecologia ao Plebiscito Popular em prol do fim da escala de trabalho 6×1 e em favor da taxação das grandes fortunas. Para as organizações, essas ações são consideradas cruciais para “reduzir as desigualdades sociais, valorizar o trabalho humano e financiar políticas públicas estruturantes”.
Ademais, o documento manifesta “solidariedade irrestrita” a nações vítimas de crimes de guerra e de sanções de nações ricas, como Palestina e Cuba. “A luta é única: por justiça, liberdade e soberania popular. Pela vida dos povos, pela liberdade e fim da guerra na Palestina!”, clama o manifesto.
Os movimentos também reivindicam o reconhecimento da juventude e das mulheres no protagonismo nas lutas em defesa da agroecologia. “Não somos promessa de futuro, mas realidade insurgente: ocupamos assembleias e lavouras, contestamos narrativas na academia e nas ruas, enquanto plantamos agroflorestas e recuperamos saberes ancestrais.”
Fonte por: Brasil de Fato