Joias da Coroa Francesa Desaparecidas Após Quase Um Mês
Quase um mês após o audaz roubo no Museu do Louvre, em Paris, as joias da coroa francesa permanecem desaparecidas. O incidente gerou diversas análises sobre o paradeiro das peças e a viabilidade de sua recuperação sem danos. O crime ocorreu na madrugada do dia 19 de outubro, quando criminosos invadiram o museu.
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O roubo envolveu a subtração de oito peças adornadas com diamantes, safiras e esmeraldas, avaliadas em 88 milhões de euros (aproximadamente 102 milhões de dólares). As autoridades francesas instauraram um inquérito formal contra quatro suspeitos ligados ao ocorrido.
Especialistas Alertam para a Possibilidade de Lapidação
Especialistas, como Chris Marinello, profissional de recuperação de arte da Art Recovery International, apontam para a lapidação das joias como cenário mais provável. “Nenhuma pessoa respeitável, joalheiro, negociante ou casa de leilões tocaria nessas joias.
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Elas são simplesmente perigosas demais para serem manuseadas”, declarou Marinello.
Em um ateliê parisiense, um lapidador operava uma máquina para polir e aperfeiçoar um pedaço de safira amarela. O chefe do estabelecimento, Guillaume, que preferiu não revelar seu sobrenome por questões de segurança, admitiu a dificuldade em garantir a procedência das gemas antigas que recebe para lapidação.
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Dificuldades na Revenda das Joias
Guillaume afirmou que os ladrões do Louvre teriam dificuldade em encontrar um lapidador disposto a fazer perguntas. “Preciso ter 300% de certeza; com 100%, não faço. Aqui, estamos falando de arte”, acrescentou. François Deprez, joalheiro parisiense, ressaltou que lapidar as gemas não seria uma escolha inteligente para os ladrões, pois o valor das joias roubadas não se compara ao de peças modernas de alta-costura.
Antuérpia como Possível Destino das Joias
Deprez enfatizou que, embora não seja possível identificar as gemas após a lapidação, a revenda seria extremamente difícil no mercado de pedras preciosas, que é praticamente inacessível. Marinello, por outro lado, acredita que os ladrões não precisam esconder as joias quebradas. “Se os ladrões forem espertos, eles não terão pressa, encontrarão um joalheiro em Tel Aviv, em Antuérpia ou até mesmo na Índia”, disse ele.
Antuérpia, cidade portuária belga, é conhecida como centro do comércio mundial de diamantes desde o século XVI e é vista por muitos como um possível local para a comercialização das joias roubadas. O crime na França tem sido uma fonte de renda para joalheiros de Antuérpia.
Dúvidas sobre a Recuperação das Joias
Alain Bauer, professor de criminologia, expressa dúvidas sobre a recuperação das joias, citando o caso da espada cravejada de diamantes de Carlos X, roubada do museu em 1976. Em uma década, ocorreram mais de 100 roubos a museus, e considerando as precárias condições de segurança do Louvre, o roubo era considerado inevitável.
